“Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: ‘Como aconteceu nos dias de Noé, assim também acontecerá nos dias do Filho do Homem. Eles comiam, bebiam, casavam-se e se davam em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. Então chegou o dilúvio e fez morrer todos eles. Acontecerá como nos dias de Ló: comiam e bebiam, compravam e vendiam, plantavam e construíam. Mas no dia em que Ló saiu de Sodoma, Deus fez chover fogo e enxofre do céu e fez morrer todos’” (Lucas 17,26-29).
Meus irmãos e minhas irmãs, dando continuidade a esse nosso caminho espiritual, com a Palavra de Deus, recebemos, hoje, este Evangelho que nos faz recordar, por exemplo, uma prática de espiritualidade da família Salesiana.
Dentro da espiritualidade dos salesianos, existe uma prática que se chama “retiro da boa morte”, um momento de parada para organizar a vida, colocar em ordem todas as coisas — em todos os aspectos —, seja material ou espiritual, e, o principal, recordar que morreremos um dia, que poderemos morrer amanhã.
Padre Jonas herdou dos salesianos essa prática. E, nós, como Canção Nova, também fazemos o nosso retiro da boa morte, preparando-nos bem.
Um cristão jamais pode viver sem pensar que amanhã pode ser o dia do seu encontro definitivo com o Senhor Jesus Cristo
Esse teria sido um bom antídoto para os habitantes do tempo de Noé e do tempo de Ló, os quais viviam a vida de uma forma inconsequente — “Vamos aproveitar! O que vale é o dia de hoje”. E tem muita gente vivendo assim nos tempos de hoje!
Desde o início da era cristã, tem muita gente que não dá a mínima para os valores eternos, mas coloca a sua confiança nas coisas deste mundo, nos seus atrativos, nas suas distrações. Pessoas que vivem a vida debaixo do calendário civil e não do calendário religioso; e, o pior, colhem duras consequências, como foi no tempo de Noé: pessoas são inundadas, como nas águas do dilúvio; são inundadas pela angústia, pelo vazio, pela solidão e pela perda de sentido. Aquelas que se deixam purificar, entram na vida e se encontram com Cristo; aquelas do contrário, morrem em seus devaneios e pecados. Outras colhem as consequências como no tempo de Ló, se paralisam, viram estátuas de sal, perdem a dinamicidade de uma vida no Espírito, para viver uma vida paralisada pelo pecado e pelas paixões carnais.
É preciso esse choque de realidade, um choque provocado pela graça de Deus que nos acorde de todo o torpor que vivemos, do desânimo para as coisas espirituais. Um choque saudável que nos fizesse pensar que nós só temos o hoje para fazer o bem e para sermos homens e mulheres de Deus.
O que você deveria fazer se só tivesse esse dia de hoje? Um cristão jamais pode viver sem pensar que amanhã pode ser o dia do seu encontro definitivo com o Senhor Jesus Cristo. Se vamos ao Seu encontro na nossa morte ou se Ele vem na Sua segunda vinda, em ambas as realidades, que Ele nos encontre preparados!
Sobre todos vós desça a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!