“Eles ficaram com muita raiva, e começaram a discutir entre si sobre o que poderiam fazer contra Jesus” (Lucas 6,11).
Você fica a imaginar por que os mestres da Lei e os fariseus estavam com muita raiva de Jesus. A inveja desperta raiva, ira, ressentimento, rancor e muitos males em nós. Só tem inveja quem não faz o bem, quem não o pratica e, normalmente, inquieta-se com o bem que o outro está fazendo para o seu próximo.
Jesus não estava fazendo nada demais, estava realizando o bem e cuidando do outro. Aquele homem com a mão seca estava na sinagoga. Em vez de Jesus ficar ali só ensinando – quem ensina presta atenção, observa a dor, o sofrimento, o que se passa com o outro –, Ele viu aquele homem ali ignorado por tantos há tanto tempo; era dia de sábado, e os fariseus queriam ver se Jesus daria atenção para aquele homem. Primeiro, aquele homem não era nem para estar ali, porque, muitas vezes, as reuniões religiosas excluem pessoas que têm problemas, aflições, perturbações e inquietações. Alguém já diz: “Não chama aquele fulano, porque ele é problemático”.
Desculpa, mas precisamos cuidar dos problemáticos, porque também temos os nossos problemas, e não queremos Jesus cuidando de nós? E por que vamos excluir outros com seus problemas e dramas?
Que a Palavra de Deus nos converta para colocarmos no centro o outro que, muitas vezes, excluímos e não damos atenção
Deus não exclui ninguém do Seu coração, mas nós, em nome de Deus, estamos excluindo as pessoas e as situações pelas quais elas passam e vivem, porque queremos fazer uma religião puritana, de acordo com as nossas circunstâncias e critérios. A Palavra de Deus é provocadora.
Aquele homem com a mão ressecada, é como olharmos aquela pessoa que está no nosso meio com a pele diferente, com o aspecto da pele diferente ou que passa por qualquer outra inquietação como, por exemplo, mental. Muitas vezes, deixamos essas pessoas de lado.
Jesus não quer ninguém na margem, por isso Ele coloca aquele homem no centro. Quem deve estar no centro não somos nós, mas o outro, o marginalizado, o sofrido, quem não é percebido. Não podemos ignorar o que o outro sofre e passa.
O Evangelho precisa provocar em nós aquilo que provocou no coração de fariseus e doutores da Lei. Eles ficaram irados, porque mexeram com eles. Nós também ficamos perturbados, por isso temos que deixar que a Palavra de Deus nos converta, para colocarmos no centro não nós, mas o outro que muitas vezes excluímos e não damos atenção.
Jesus colocou aquele homem no centro e pediu para ele estender a mão; Ele curou a sua ferida e o seu coração. Estendamos as mãos uns para os outros, há muitos no meio de nós precisando da nossa atenção e do nosso cuidado.
Deus abençoe você!