O que nós mais podemos fazer, para evitarmos esse mal, é fortalecer o nosso caráter e as nossas convicções para que a palavra ”traição” não assuma corpo em nossa vida.
”’Que me dareis se vos entregar Jesus?’ Combinaram, então, trinta moedas de prata. E daí em diante, Judas procurava uma oportunidade para entregar Jesus” (Mateus 26, 14-16).
A Liturgia de hoje nos permite meditarmos sobre a traição de Judas Iscariotes, chamado e escolhido para ser apóstolo do Senhor. E mesmo estando no convívio do Senhor, conhecendo o amor e a misericórdia do Senhor, por conta própria fez uma escolha: escolheu a si mesmo, escolheu as suas ambições, escolheu aquilo que era a avareza do seu coração. Por trinta moedas de prata ele vendeu Jesus, ele entregou o Mestre, o Senhor da vida.
Sabem, meus irmãos, a palavra ”traição” é uma palavra muito dura e significa tanta coisa negativa que nós precisamos cada vez mais refletir sobre ela em nosso coração, em nossa vida, para que a realidade do traidor não assuma aspectos em nossa vida.
Quem já passou por alguma traição na vida sabe o quanto ela dói, o quanto ela machuca, o quanto é dolorosa. Traição de um amigo, traição de um irmão, traição de um pai, traição de um marido, de uma esposa, de uma mulher. Trair significa perder a confiança, trair significa: ”Eu não posso confiar em você!”. Trair significa abandonar a coisa mais digna que um ser humano tem.
E, algumas vezes, nós relativizamos isso ao acharmos que trair a Deus não significa nada: ”Ah! Porque Deus vai me perdoar!”. É verdade que Deus nos perdoa, mas também é verdade que, em cada traição, o nosso caráter fica mais frágil! A melhor maneira, o que nós mais podemos fazer, para evitarmos esse mal, é fortalecer o nosso caráter e as nossas convicções para que a palavra ”traição” não assuma corpo em nossa vida.
Trair um amigo, trair um compromisso, trair o amor que alguém colocou em nós, a confiança que alguém depositou em nós, é algo muito duro. Jesus confiou a Judas a parte financeira, Jesus confiou a Judas ser o tesoureiro do grupo.
Nós precisamos aprender a ser honestos naquilo que fazemos e a não sermos levados por outros sentimentos. A cobiça, a sensualidade, a raiva, a ambição, qualquer um desses pecados, podem entrar em nós e tomar corpo em nossa vida e nos levar a trairmos nossos ideais, nossas famílias, nossa casa, nossa Igreja, nossa fé e Nosso Senhor Jesus Cristo.
O importante é que sejamos firmes para expulsar estes espíritos malignos, para que eles não tomem corpo em nós e, assim, a traição faça parte da nossa vida. Que a misericórdia de Deus nos alcance!
Deus abençoe você!