04 Nov 2014

Tenhamos em nosso coração os mesmos sentimentos que Cristo

É preciso que tenhamos, em nosso coração, o desejo de ter os mesmos sentimentos que o Senhor tinha. E isso significa, antes de tudo, saber ser despojado.

Irmãos, tende entre vós o mesmo sentimento que existe em Cristo Jesus” (Filipenses 2,5).

A Palavra de Deus, na Carta de Paulo aos Filipenses, descrita na leitura da Missa de hoje, convida-nos a mirarmos o nosso olhar para Jesus Cristo Nosso Senhor. Chamo a sua atenção, pois a proclamação desta Palavra é bem feita diante do crucifixo. Olhando para Jesus crucificado, aprendemos d’Ele o que devemos ser!

Ter os mesmos sentimentos de Jesus significa, antes de tudo, saber ser despojado, ou seja, é despojar-se de si mesmo, das virtudes que você acha que têm ou realmente têm, dos direitos, das glórias e honrarias. Ter os sentimentos de Cristo é assumir, humildemente, que você é menos do que gostaria de ser: menos amado, menos valorizado, menos reconhecido. É assumir a pobreza de espírito que Nosso Senhor assumiu em Si, porque sendo de condição divina, sendo Deus, assim como o Pai o é, Ele não se prevaleceu dessa igualdade; muito pelo contrário, esvaziou-se de Sua condição e assumiu a condição humana, a condição de praticamente um escravo.

Esvaziar-se não significa tornar-se uma pessoa vazia, mas tirar de  si todo mal, toda perversão que o orgulho e a soberba causam dentro de nós. A soberba aguça o nosso interior para que nos sintamos mais importantes, melhores do que os outros. Aquela triste realidade do orgulho que nos leva a sermos egoístas, a não querermos dividir o que temos com os outros e ainda desprezar, desvalorizar e depreciar a pessoa do outro. Estamos cheios de nós, dos nossos orgulhos, muitas vezes, feridos das nossas vaidades, da nossa vontade própria e dos nossos desejos.

Para nos aproximarmos de Cristo Jesus, é preciso que tenhamos em nosso coração o desejo de ter os sentimentos que Ele tem! Sim, peçamos ao Senhor: “Faça de mim pobre e despojado, faça com que eu pare de me apegar a mim, às minhas coisas, e me torne um homem livre para amar o Senhor em primeiro lugar, amar o meu próximo. Que eu saia de mim para ir ao encontro do outro!”.

Que a humildade, o despojamento, o esvaziar-se de Jesus nos ajude a nos esvaziarmos de nossos pecados, das glórias e vanglórias, e nos apegarmos somente à cruz de Jesus!

Deus abençoe você!

Pai das Misericórdias

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