Em consonância com Sua vida e morte, Jesus lança um desafio aos Seus discípulos e apóstolos – enviados em missão a permanecerem com ELE e que é hoje assumida por todos nós – desafio de segui-Lo na obra da evangelização pelo caminho doloroso das perseguições, mas com fortaleza e destemor, temendo tão somente a Deus, que tem o poder de condenar ou de destruir e o de salvar, sem minimizar a força demoníaca de sedução e de ludíbrio, servindo-se das devidas precauções.
Os discípulos são enviados, porém, com os olhos fixos n’Aquele que é o autor e realizador da fé: Jesus, que, em vez da alegria que lhe foi proposta, suportou a cruz, desprezando a vergonha e se assentou à direita do trono de Deus.
Olha para o Cristo o discípulo quando, tentado, não quiser se tornar um Jeremias em crise. Daí o exemplo de Cristo ser a escola do autêntico seguimento: “Considerai, pois, aquele que suportou tal contradição por parte dos pecadores, para não vos deixardes fatigar pelo desânimo”. Portanto, do interior do mistério pascal compreende-se melhor o apelo encorajador lançado por Jesus durante Seu discurso sobre a missão dos apóstolos: “Não tenhais medo deles!”
Com esta missão durante Sua vida pública, Jesus quis ser um mestre prático – e não unicamente teórico – de Sua mensagem. Para Ele, seria impossível o anúncio a todas as aldeias e cidades da Galileia e os discípulos deviam ser adestrados no que era a Sua missão antes da definitiva: anunciar a proximidade do Reino de Deus, antes de anunciar o Reino definitivo, que consiste no triunfo de Jesus ressuscitado.
Padre Bantu Mendonça