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“No oitavo dia, foram circuncidar o menino, e queriam dar-lhe o nome de seu pai, Zacarias. A mãe, porém, disse: ‘Não! Ele vai chamar-se João’. Os outros disseram: ‘Não existe nenhum parente teu com esse nome!’ Então fizeram sinais ao pai, perguntando como ele queria que o menino se chamasse. Zacarias pediu uma tabuinha, e escreveu: ‘João é o seu nome’. No mesmo instante, a boca de Zacarias se abriu, sua língua se soltou, e ele começou a louvar a Deus.” (Lucas 1,59-64)

Estamos às portas de celebrarmos o nascimento de Jesus, e a Liturgia de hoje nos traz, no Evangelho, a alegria pela chegada daquele que foi o precursor do Salvador, aquele que preparará os caminhos para a chegada do Messias.

O nascimento de João Batista foi um acontecimento importante na história da salvação, foi um acontecimento que encheu de alegria a vida de Zacarias e de Isabel, juntamente com todos os seus parentes.

Zacarias e Isabel esperaram longos anos por esse dia, uma espera tão longa… O Anjo quando anuncia a chegada de João Batista, Zacarias acaba agindo de um modo que demonstrou uma certa incredulidade diante desse mistério. Se não formos fortes na confiança, meus irmãos, se não tivermos a confiança ao longo das esperas que vamos vivendo, também podemos viver um desgaste na nossa fé. E Zacarias que já estava conformado em apenas cumprir a ritualidade do templo, mas cumpria, talvez, sem esperança, com pouco amor diante da espera.

Pela falta de confiança, duvidamos, não acreditamos, então, o Senhor nos pede silêncio

A espera, se não confiamos, se não temos a confiança firme em Deus, a espera pode gerar em nós esse esfriamento no amor. E, com isso, o Senhor deixou Zacarias mudo durante nove meses, durante a gravidez de Isabel. Nove meses de silêncio, justamente para que ele pudesse meditar, compreender e aprender a olhar o mistério de Deus, a contemplar o mistério de Deus.

Quando nós, por atitudes de incredulidade, deparamo-nos com o mistério, precisamos fazer silêncio para compreender o milagre, precisamos silenciar para compreender o mistério que, muitas vezes, Deus revela diante dos nossos olhos, mas que, às vezes, pela falta de amor, pela falta de confiança duvidamos, não acreditamos, então, o Senhor nos pede silêncio.

Zacarias experimenta, neste tempo de silêncio, que nada é impossível para Deus. Para Deus tudo é possível!

O Evangelho de hoje termina neste momento da imposição do nome dessa criança. Zacarias confirma a escolha, escrevendo na tabuinha: “João é o seu nome”; e, a partir disso, sua língua se solta porque ele acreditou, porque ele pôde tocar na graça e no milagre. A Palavra diz que ele começou a louvar e a bendizer a Deus.

Que nós também, diante dos mistérios que se revelam perante os nossos olhos, possamos acreditar diante da espera da demora de Deus, possamos ter essa fé confiante. Deus, no tempo certo, age também na nossa vida!

Desça sobre vós a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!