“Na cidade de Cafarnaum, num dia de sábado, Jesus entrou na sinagoga e começou a ensinar. Todos ficavam admirados com o seu ensinamento, pois ensinava como quem tem autoridade, não como os mestres da Lei. Estava então na sinagoga um homem possuído por um espírito mau. Ele gritou: ‘Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus’. Jesus o intimou: ‘Cala-te e sai dele!’” (Marcos 1,21-25)
Meus irmãos e minhas irmãs, feliz domingo a todos. Hoje é o 4º Domingo do Tempo Comum. e a Palavra de Deus nos apresenta a atividade missionária de Jesus. Ele não habita mais em Nazaré, Jesus vai habitar em Cafarnaum.
Cafarnaum era um lugar muito estratégico porque ali tinha um porto, tinha grande comércio, fluxo de gente, muitas pessoas circulando naquela cidade; era um cruzamento de estradas e caminhos para diversas localidades. Então, certamente, era um lugar ideal para que as notícias circulassem, ali era a comunicação da época. Jesus foi muito estratégico ao se deslocar para Cafarnaum!
A Palavra de Deus nos garante que Jesus é um Mestre, porque, se Ele está na sinagoga e tem a oportunidade de comentar sobre as Escrituras, era porque Jesus era bem considerado onde estava. Jesus era um homem de prestígio e era considerado por todos um grande mestre.
Você sabe que, naquele tempo, o escriba repetia aquilo que ele tinha aprendido, tudo aquilo que ele recebeu dos seus mestres anteriormente, ele só repetia; só transmitia o que havia recebido. E, aqui, vem o detalhe: Jesus diz coisas novas, Ele não diz em nome de alguém alguma coisa, por isso, Ele diz: “Eu vos digo…”
Uma pessoa credível — como é Jesus com a Sua autoridade —, convence, sabe o que quer, propõe, faz com que as pessoas acolham
Jesus tem autonomia, Ele tem autoridade; e ao apresentar-Se naquela sinagoga, anunciando a boa-nova, um endemoniado interrompe Jesus e começa a gritar, e Jesus responde imediatamente àquele espírito — Ele não fala para o homem, mas fala para aquele espírito impuro que domina o homem — “Cala-te e sai dele”.
Jesus ordena um novo êxodo, uma nova saída e, agora, quem vai ter que sair em retirada é o demônio, porque o povo de Deus já havia feito o seu êxodo; o povo de Deus já havia experimentado a libertação porque Jesus é a libertação. Quem tem de sair de casa agora é o demônio, quem é expulso é o demônio.
Por isso, Jesus, diante dos seus, mostra a potência da Sua Palavra, porque a Palavra de Jesus tem uma potência sacramental. Quando Ele diz, aquilo que Ele diz se realiza imediatamente. Por isso, Jesus é credível e não é um homem autoritário — tem uma grande diferença. O autoritário é um fraco, mas é um prepotente que quer fazer aquilo que pensa só porque está comandando e as pessoas têm que obedecer de alguma forma, e aí produz nas pessoas uma obediência amarga e, muitas vezes, um peso e não convence ninguém.
Já uma pessoa credível — como é Jesus com a Sua autoridade —, convence, sabe o que quer, propõe, faz com que as pessoas acolham; demonstra nos fatos a sua autoridade, por isso, Jesus tem essa credibilidade e fala com autoridade porque a vida d’Ele demonstra aquilo que Ele está dizendo.
Jesus é o profeta, predito por Moisés na Primeira Leitura deste domingo. Mas, atenção! O profetismo de Jesus veio para eliminar o pecado do mundo e não os pecadores. Muita atenção! Cuidado com os nossos dedos apontados que beiram tirania, muito moralismo e pouco profetismo. Que Nosso Senhor nos conceda a graça desse profetismo com autoridade, assim como fez Jesus.
Sobre todos vós desça a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!