“Naquele tempo, Jesus voltou para casa com os discípulos. E de novo se reuniu tanta gente que eles nem sequer podiam comer. Quando souberam disso, os parentes de Jesus saíram para agarrá-lo, porque diziam que estava fora de si” (Marcos 3,20-21)
Ê, parentada de Jesus, que coisa maravilhosa! “Fora de si.” Éxiste, do grego, significa “estar fora”. Lembrei-me de um padre espanhol que tinha um sotaque brasileiro, ele dizia: “Isso no existe”. A palavra existir, em português, justamente dá essa conotação de estar fora; não preso em si mesmo, mas voltado para. Por isso, é exatamente o que vemos aqui no Evangelho: Jesus está fora de si, porque Ele está completamente voltado para o coração do ser humano.
Lemos, no hino de São Paulo aos Filipenses, o capítulo 2, que nos clareia um pouco sobre essa realidade. São Paulo diz: “Ele [Jesus] existindo em forma divina, não considerou como presa a agarrar o ser igual a Deus, mas despojou-se assumindo a forma de escravo e tornando-se igual ao ser humano”.
É realmente fora de si perdoar sempre, setenta vezes sete; é fora de si dar a outra face
A sua existência humana é a nossa salvação. Coitados de nós se Jesus não estivesse fora de si! Coitados de nós, viveríamos perdidos nos nossos pecados se Jesus não estivesse fora de si, se Ele não tivesse compartilhado conosco a graça e o dom da filiação.
Se vamos observar na vida de Jesus, Ele viveu os seus 33 anos totalmente fora de si. É realmente fora de si perdoar sempre, setenta vezes sete; é fora de si dar a outra face, não confiar nas riquezas deste mundo, amar os inimigos… É fora de si rezar pelos que nos perseguem, deixar-se pregar numa cruz, ser morto por amor, tudo isso é expressão do “fora de si”. Então, não é estranho que Jesus tenha sido considerado fora de si, é o modus vivendi de Cristo, Ele não sabe viver de outra forma senão voltado completamente para nós.
Essa sã loucura precisa continuar, a mídia pagã não suporta o cristianismo, buscam ridicularizar as nossas tradições, as nossas crenças, os nossos cultos a Deus, as nossas práticas religiosas, as nossas doutrinas, jogam o jogo do demônio e querem copiar a obra-prima de Deus, mas nunca prevalecerão contra a Igreja dos fora de si, porque nós com o Senhor também estamos completamente vivendo essa realidade, porque queremos imitar o Cristo. Não queremos nos moldar a esse mundo, mas queremos que a nossa existência seja toda voltada para o Senhor. Tenho certeza que você também está fora de si!
Sobre todos vós desça a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!