“Naquele tempo, Jesus entrou de novo na sinagoga. Havia ali um homem com a mão seca. Alguns o observavam para ver se haveria de curar em dia de sábado, para poderem acusá-lo. Jesus disse ao homem da mão seca: ‘Levanta-te e fica aqui no meio!’ E perguntou-lhes: ‘É permitido no sábado fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma vida ou deixá-la morrer?’ Mas eles nada disseram. Jesus, então, olhou ao seu redor, cheio de ira e tristeza, porque eram duros de coração; e disse ao homem: ‘Estende a mão’. Ele a estendeu e a mão ficou curada” (Marcos 3,1-5).
Meus irmãos e minhas irmãs, o chamado Teocentrismo, ou seja, “Deus no centro de todas as coisas” nunca massacra o homem. Não pode haver contradições entre um amor zeloso por Deus e o cuidado do ser humano; essas coisas não se contrapõem, elas se completam.
Muitos, de nosso tempo, pensam como aqueles fariseus: “O meu foco é adorar o Senhor; render-Lhe o meu culto, aproveitar os Seus favores, e isso basta!”. Não dão atenção àqueles que estão ao lado.
Todos aqueles não se davam conta da doença que lhes causava aquele culto, aquela forma de culto estéril. Aqui, tem uma palavra interessante que aparece no Evangelho “porosis kardia”, é o coração duro, o coração oco e sem sentimento.
Vocês lembram da osteoporose, aquele processo de descalcificação do tecido ósseo? Pois é, dá para imaginar essa coisa acontecendo nos tecidos do nosso coração? Um coração seco, um coração duro. Foi exatamente esse diagnóstico que Jesus teve a respeito dessa gente dentro da sinagoga: perda expressiva de sensibilidade para com um irmão na fé. Foi isso que eles estavam vivendo.
O verdadeiro desagravo ao coração de Jesus é o nosso zelo pelos mais desfavorecidos, os esquecidos
Se Jesus pediu para ele vir para o meio — Ele falou para aquele homem —, foi porque aquele homem estava posto de canto há muito tempo, dentro daquela sinagoga. Era uma sinagoga, meus irmãos, um lugar de aprender sobre Deus; era um lugar onde se meditava a Torá (a Palavra de Deus).
Veja o que eles aprenderam: culto a Deus e basta; guarde o sábado e está tudo bem; vá à missa, comungue; e você já está santo; horas de capela e nem um ‘bom dia’ para quem trabalha comigo. É uma contradição, não podemos viver assim!
Temos de perceber Deus que está conosco, mas também o irmão que está ao nosso lado, aquele que Deus colocou ao nosso lado para nos santificar e para que nós o santifiquemos.
Aquela forma de culto estéril gerou tristeza no coração de Cristo — o Evangelho foi bem claro. Jesus ficou triste por causa daquele culto estéril que aquelas pessoas prestavam a Ele. O verdadeiro desagravo ao coração de Jesus é o nosso zelo pelos mais desfavorecidos, os esquecidos, os que são descartados e os humilhados.
Se posso, preciso unir a minha jaculatória a um gesto concreto de amor ao próximo. Se posso, se tenho condições, preciso unir a minha vida de oração a um ato concreto de amor pelos meus irmãos, assim como fez Jesus que estava na sinagoga para rezar, mas se deu conta de alguém que estava ali sofrendo e precisava da Sua atenção.
Sobre todos vós desça a bênção do Deus Todo-poderoso: Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!