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“Então, apareceu-lhe o anjo do Senhor, de pé, à direita do altar do incenso. Ao vê-lo, Zacarias ficou perturbado e o temor apoderou-se dele. Mas o anjo disse: ‘Não tenhas medo, Zacarias, porque Deus ouviu tua súplica. Tua esposa, Isabel, vai ter um filho, e tu lhe darás o nome de João. Tu ficarás alegre e feliz, e muita gente se alegrará com o nascimento do menino, porque ele vai ser grande diante do Senhor’”. (Lucas 1,11-15)

Hoje, a Liturgia da Palavra, tirada do Evangelho de São Lucas, apresenta-nos o anúncio da concepção de João Batista a Zacarias. Ontem, vimos a fé de José, que acolhe a vontade de Deus sem colocar muitas exigências. José acolhe, com fé, a vontade de Deus. E podemos ver que também não foi diferente com Zacarias.

Contudo, a história de hoje nos revela uma outra perspectiva: Zacarias e a sua esposa que ali aguardavam e rezavam pedindo a Deus a graça de um filho, pois Isabel era estéril. Eles rezavam há muito tempo, suplicando ao Senhor essa graça. O próprio anjo lhes disse: “Não tenhas medo, Zacarias, a sua oração foi atendida. Isabel, sua mulher, lhe dará um filho e você o chamará João”. Mas quando a oração de Zacarias está, ali, finalmente sendo atendida, sendo correspondida, ele não soube reconhecê-la, ele permaneceu incrédulo, ficou muito tempo esperando, aguardando, mas não soube acreditar, não soube ter fé naquele momento.

Aquele que não tem essa fé viva corre o risco de ficar emudecido diante da grandeza de Deus

Zacarias apresentou esse risco — de não reconhecer e acolher a imprevisibilidade de Deus, que age de maneira imprevisível, em momentos imprevisíveis. Ele não acolheu, não teve essa fé autêntica naquele momento. Por isso, a Palavra de Deus diz que ele ficou mudo até o nascimento de João para demonstrar isso.

Aquele que não acredita, que não tem essa fé viva; aquele que duvida corre esse risco de ficar emudecido diante da grandeza de Deus, de não conseguir corresponder. Foi isso o que aconteceu com Zacarias. Porém, a fé verdadeira é aquela que alimenta essa expectativa, essa confiança.

Deus tem o Seu tempo, Deus tem os Seus planos, o que precisamos é aprender a colher o tempo d’Ele, o que precisamos é aprender a acreditar sempre. Ainda que seja muito surpreendente a graça de Deus, deixemo-nos ser surpreendidos pela vontade de Deus.

Desça sobre vós a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!