Onde o pecado feriu a nossa humanidade, a nossa dignidade humana, a graça de Deus vem suplantar, renovar e fazer nova todas as coisas
“Porém, onde se multiplicou o pecado, aí superabundou a graça” (Romanos 5, 20b).
A carta de São Paulo aos Romanos mostra-nos, hoje, a triste realidade do pecado na vida da humanidade, sobretudo, na vida de cada um de nós. Por um homem o pecado entrou na humanidade. É importante, a partir disso, entender que o pecado não tem uma consequência apenas pessoal, ele terá sempre uma consequência social, porque vai transbordar para outras realidades.
O ser humano não vive isolado, sozinho, vivemos em sociedade. O pecado de Adão se espalhou por toda a humanidade e até hoje sofremos as consequências daquilo que foi a falha do primeiro homem. Mas, não é só o pecado de Adão que reina sobre a face da terra, o pecado de cada um de nós se espalha: a maldade, a falta de amor, a falta de caridade, as fraudes, os roubos, os enganos, as ilusões, as fofocas. Enfim, os inúmeros pecados que iremos citar, não só nos prejudicam individualmente, mas se alastram e se tornam um mal muito grande.
Por isso, o pecado de um se multiplica para muitos. O meu pecado pode levar muitos a pecarem e assim se vai, o pecado de cada um de nós. É importante, também, lembrar que um ato pecaminoso que praticamos multiplica outros desejos desordenados, pecaminosos para a nossa própria natureza.
Olhando por esta ótica nos entristecemos com o pecado, vemos que ele é uma realidade muito dura e drástica para a nossa própria vida pessoal e para os nossos. Se o pecado é uma tristeza, a graça maior é saber que onde o pecado se multiplicou, superabundou a graça de Deus. Ali, onde o pecado feriu a nossa humanidade, a nossa dignidade humana, a graça de Deus vem suplantar, renovar e fazer nova todas as coisas.
Se por um homem, Adão, veio a desgraça, por outro homem veio a graça sublime, o homem Cristo Jesus. Por isso, o pecado pode nos causar uma tristeza num primeiro momento, mas quando tomamos consciência dele e nos arrependemos, procuramos refazer o mal que fizemos a nós e aos outros, aí vem uma realidade muito mais sublime: a graça de Deus que lava, que purifica, que faz nova todas as coisas.
Por isso, no dia de hoje, reconheçamos a tristeza do nosso pecado, mas reconheçamos como dom maior a graça da reconciliação em Deus, a graça da redenção que o Cristo Jesus nos trouxe.
Se o pecado nos condena, a graça de Deus nos salva. Por isso, não ficamos na condenação do pecado, mas na graça de Deus que faz nova todas as coisas.
Deus abençoe você!