“Maria disse: ‘A minha alma engrandece o Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque olhou para a humildade de sua serva. Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada, porque o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor’” (Lucas 1,46-50).
A Liturgia da Palavra de hoje coloca-nos diante de uma das passagens mais belas das Sagradas Escrituras: Maria completamente imersa, na alegria pelo cumprimento da esperança do seu povo, entoa, expressa esse cântico de glorificação a Deus.
Maria exulta de alegria porque o Senhor visitou a Sua vida e fez da sua humildade um instrumento pelo qual a salvação tornou-se possível a todos os homens do seu tempo, mas também dos tempos futuros. Por isso, todas as gerações proclamam Maria como a Bem-Aventurada.
Maria entoa o Magnificat em nome de toda a humanidade; do seu povo, mas também de todos os povos. Tendo como base as Sagradas Escrituras, Maria engrandece o Senhor do qual nos vem a salvação.
A salvação vem de Deus, a salvação vem do Senhor, e a alegria de Maria está justamente em ser serva, em se fazer serva de Deus, serva do Senhor, Aquela que colaborou com um projeto de salvação.
Maria louva e agradece a Deus pelos feitos que Ele realizou por meio da sua humildade
Esse cântico pode ser, justamente, considerado como a autobiografia de Maria. Ela deixa transparecer os sentimentos da sua alma. A alma de Maria se torna visível por meio desse cântico, uma alma que engrandece a Deus pelo dom da salvação.
Essas palavras, ao mesmo tempo, mostram em Maria um modelo concreto e sublime que devemos seguir, ajuda-nos também a compreender que o que atraiu a benevolência de Deus sobretudo foi a humildade do seu coração. Maria reconhece que tudo vem de Deus, que toda grandeza deve ser elevada a Ele.
Por último, esse cântico exalta o cumprimento das promessas e a fidelidade de Deus ao povo escolhido: “Deus escolheu o seu povo Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, como havia prometido a nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre”.
Maria, cheia de dons divinos, compreende que esses dons são uma manifestação da misericórdia de Deus ao seu povo — nós que também nos tornamos o povo de Deus —, e n’Ela Deus cumpre as suas promessas com uma generosidade grandiosa. Por isso, Maria louva e agradece a Deus pelos feitos que Ele realizou por meio da sua humildade.
Que também possamos aprender de Maria a sermos humildes e a sermos instrumentos de salvação, sermos aqueles que se colocam como servos desse Deus que realiza grandes coisas.
Desça sobre vós a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!