A inveja destrói o que há de melhor em nós e não permite que vejamos as pessoas como, de fato, elas são.
“Por que estás cheio de cólera e andas com o rosto abatido?” (Gênesis 4, 6)
A Palavra de Deus hoje nos aproxima do livro do Gênesis, que fala da origem da vida do mundo e também do afastamento dos homens de Deus por causa da triste realidade do pecado. Hoje acompanhamos a narrativa sobre os dois primeiros filhos de Adão e Eva, Caim e Abel.
Abel ofereceu seu sacrifício ao Senhor e Deus se agradou muito da sua oferta, o qual, com coração puro, procurou dar o melhor de si ao Senhor. Por outro lado, Caim também ofereceu um sacrifício ao Senhor, sem muito empenho, ele colheu os frutos da terra e os ofereceu em sacrifício. O Senhor, porém, se agradou apenas do sacrifício de Abel.
Caim poderia ter pensado em fazer outra oferta ao coração de Deus, poderia ter se empenhado mais como fez seu irmão. Mas, em vez de refletir e de orientar seu coração, ele não pensou assim e foi dominado pelo terrível sentimento da inveja.
A inveja destrói o que há de melhor em nós e, ao crescer em nosso coração e se apoderar de nossa humanidade, ela nos reveste de outros sentimentos falsos e perigosos. As consequências desses sentimentos são negativas para nossa saúde e para a paz interior; sobretudo, para nossa relação com o próximo e com Deus.
A inveja traz consigo muitos outros pecados. O primeiro deles vemos em Caim, que estava inflamado de ódio e de raiva. Muitas das nossas raivas, iras e ressentimentos provêm da inveja cultivada em nosso coração, quando este sentimento não foi tratato, rejeitado e destruído em nosso interior. Pelo contrário, isso acontece sempre que deixamos a inveja nos destruir e nos consumir, por isso a ira e a raiva crescem dentro de nós. E quando não conseguimos sair desses sentimentos [ ira e raiva], a segunda consequência da inveja será a morte.
Falo da morte em suas várias amplitudes, desde a mais extrema, na qual vemos tantas pessoas cometerem o homicídio contra seu próximo, matando irmãos e filhos de Deus, até a morte que acontece primeiro dentro de nós. Se a pessoa era nossa amiga, aquela amizade morre dentro de nós e a visão positiva que tínhamos dela também morre. Começamos a vê-la com outros olhos e passamos a ver tudo de mau que há nessa pessoa e, por vezes, fazemos de tudo para eliminar de nossa vida aquele de quem temos inveja.
A inveja nos cega e não permite que vejamos as pessoas como, de fato, elas são. É claro que nem todos praticam somente atos bons, todos têm falhas e fraquezas e “pisam na bola” conosco vez por outra, mas quando somos dominados pela inveja até o bem que alguém faz o vemos como algo mau.
Por isso Deus nos ensina, por intermédio do exemplo de Caim, que, se quisermos fazer o bem, vencer o mal e dominar o pecado, não poderemos alimentar a inveja e deixar que ela cresça e traga o pior de si dentro de nosso interior e que não sejamos movidos por esse sentimento terrível.
Em nome de Jesus, que possamos, a cada dia, renunciar a toda e qualquer espécie de inveja da nossa vida!
Deus abençoe você!