O remédio amargo da verdade
Quero acolher você que sempre acompanha a homilia diária conosco aqui na TV Canção Nova. Que a graça do Senhor o alcance nas reflexões deste mês de setembro que estamos iniciando nesta segunda-feira.
O texto de hoje diz o seguinte: “De fato, eu vos digo, no tempo do profeta Elias, quando não choveu durante três anos e seis meses, e houve grande fome em toda a região, havia muitas viúvas em Israel. No entanto, a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a uma viúva que vivia em Sarepta, na Cidônia. E, no tempo do profeta Eliseu, havia muitos leprosos em Israel. Contudo, nenhum deles foi curado, mas sim Naamã, o sírio. Quando ouviram essas palavras de Jesus, todos na sinagoga ficaram furiosos” (Lucas 4,16-30).
A fúria diante da verdade
Irmãos e irmãs, essas palavras ditas por Jesus foram suficientes para provocar sentimento de ódio e raiva no coração dos que estavam ali naquela sinagoga. Às vezes, acontece isso conosco também. Quando alguém nos diz a verdade, isso nos queima interiormente, coloca-nos num sentimento de revolta, porque nós não queremos ouvir a verdade.
O bem por trás do sabor amargo
Às vezes, uma verdade parece um pouco amarga, mas ela é amarga para o nosso bem. Lembra-se quando vamos ingerir algum remédio, algum chá para curar a nossa saúde, e nem sempre são gostosos ao paladar. Às vezes, é ruim, mas é para o bem.
Amargo para o paladar, cura para a alma
Também a verdade age em nós dessa maneira, como algo que vem amargo, mas tem o objetivo de nos sarar, de curar o nosso coração, a nossa alma. Esses homens na sinagoga não estavam abertos à cura, tanto que, diante da palavra da verdade que Jesus anunciou, o texto afirma: Quando ouviram estas palavras de Jesus, todos na sinagoga ficaram furiosos.
Aprendendo a ler as perturbações interiores
O que esse texto diz para nós no dia de hoje, diante desse contato com a verdade que parece amarga, mas que tem como objetivo nos sarar, nos curar? Isso significa que devemos aprender a ler as nossas perturbações interiores e interrogá-las.
A crise como espaço da graça
Devemos aprender a ir até o fundo, porque ir até o fundo de nós mesmos, dos nossos sentimentos ruins nos ajuda a subir para Deus, ajuda-nos nesse processo de melhoramento, da graça de Deus que age em nós. Nesse sentido, o encontro com Jesus é sempre, irmãos e irmãs, uma crise.
A crise é a hora de Deus
Mas é uma crise que deve ser acolhida para que algo mude em nós, para que algo mude no nosso coração. A palavra da verdade, a palavra do Evangelho gera em nós crise, e a crise é o espaço, a hora de Deus. É a hora da ação de Deus.
Quando entramos em crise, nesse conflito interior, caem todas as seguranças e permanece, na verdade, uma única esperança, que é o próprio Deus. É Ele quem nos direciona, é Ele quem nos conduz.
A coragem de acolher a mudança
Então, não tenhamos medo da verdade, não tenhamos medo do Evangelho. Abramos o nosso coração no dia de hoje para escutar a palavra de Jesus, para escutar os direcionamentos d’Ele, ainda que esse direcionamento nos coloque em contradição com aquilo que estávamos vivendo até então.
A palavra que nos tira da escuridão
O Senhor nos convida à mudança, e que essa mudança nos alcance neste dia, que ela nos alcance a partir da palavra de salvação que vem, penetra a nossa alma e nos tira da escuridão.
Sobre você, desça e permaneça a bênção do Deus Todo-Poderoso: Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!