14 May 2011

Você é chamado a dar um fruto que permaneça

Para nós cristãos e discípulos de Jesus, o amor recíproco é a condição sem a qual não cumprimos o nosso discipulado e, consequentemente, a nossa missão. Trata-se do mandamento dado por Nosso Senhor.

Este amor, porém, não é um fim em si mesmo. É o modo concreto com o qual podemos dizer a Jesus: “O Seu amor é tudo para mim”. A força para viver o amor recíproco não vem de nós: é porque Ele nos ama que nós somos capazes de amar-nos uns aos outros.

O Senhor dirige-nos estas maravilhosas palavras: “Já não vos chamo servos… mas a vós chamei-vos amigos”.

Diante de algumas situações de traição nos sentimos, muitas vezes, inúteis, com o “tempo perdido” e acreditando que o que fizemos para aquele que considerávamos amigo foi em vão. E, não obstante, o Senhor chama-nos amigos, torna-nos Seus amigos, oferece-nos a Sua amizade.

O Senhor define a amizade de uma dupla forma. Não existem segredos entre amigos: Cristo diz-nos tudo quando ouve do Pai; oferece-nos a Sua plena confiança e, com a confiança, também o conhecimento. Revela-nos o Seu rosto, o Seu coração. Mostra-nos a Sua ternura por nós, o Seu amor apaixonado que vai até à loucura da Cruz. Confia-se a nós, dá-nos o poder de falar com Ele. Confia o Seu corpo – a Igreja – a nós. Confia às nossas mentes e mãos débeis a Sua verdade, o mistério do Deus Pai, Filho e Espírito Santo; o mistério do Deus que “tanto amou o mundo, que lhe entregou o Seu Filho Unigênito” (Jo 3, 16).

Fez de nós Seus amigos. E nós? Como respondemos? O que Ele nos ensina é perdoar, acolher, compreender, dialogar com o nosso irmão e irmã, sobretudo, quando algo não vai bem.

O segundo elemento, com que Jesus define a amizade, é a comunhão das vontades: “Vós sois meus amigos, se fizerdes o que Eu vos mando”. Nós somente seremos amigos de Jesus se amarmos como Ele nos amou e se passarmos por este mundo fazendo o bem como Ele fez. A amizade com Cristo coincide com o que está expresso na oração do Pai-Nosso: “Seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu”.

Nesta comunhão da vontade realiza-se a nossa redenção: ser amigos de Jesus, tornar-nos amigos de Deus! Quanto mais amamos Jesus, quanto mais O conhecemos, tanto mais cresce a nossa verdadeira liberdade, cresce a alegria em sermos remidos.

Obrigado, Jesus, pela Sua amizade!

“Fui Eu que vos escolhi e vos destinei a ir e a dar fruto, e fruto que permaneça”. Somos a partir deste texto enviados a anunciar a Boa Nova da salvação. Assim, devemos estar animados por uma santa preocupação: a de levar a todos o dom da fé, da amizade com Cristo. Na verdade, o amor e a amizade de Deus nos foram dados para que cheguem também aos outros. Da mesma forma, recebemos a fé para levá-la aos demais. Somos discípulos e missionários para servir a nossos irmãos. E devemos levar um fruto que permaneça.

O desejo de todo e qualquer homem é deixar rastos, vestígios e perpetuidade. Mas o que permanece? O dinheiro? As riquezas? Não. Também os edifícios não permanecem. Os livros também não. Depois de certo tempo, mais ou menos longo, todas estas coisas desaparecem. A única coisa que permanece eternamente é a alma humana. “Porque você foi criado para coisas maiores e eternas”, ensina Santo Agostinho. Você foi criado por Deus para coisas maiores. O seu lugar é o céu, é a eternidade. Então trabalhe, produza frutos que permaneçam eternamente.

Peçamos ao Senhor que nos ajude a dar fruto. E um fruto que permaneça. Só assim a terra será mudada de “vale de lágrimas” para “jardim de Deus”.

Padre Bantu Mendonça

Pai das Misericórdias

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