06 Oct 2012

Onde está a verdadeira felicidade?

“Contudo, não vos alegreis porque os espíritos vos obedecem. Antes, ficai alegres porque vossos nomes estão escritos no céu” (cf. Lc 10,20). Onde reside a verdadeira alegria, a verdadeira felicidade?

Os discípulos de Jesus estavam felizes e exultando pelo resultado, pelo êxito do trabalho deles. E quando vier o fracasso, a perseguição? Onde estará a verdadeira alegria? Parece que o Mestre dá um “banho de água fria” nos discípulos desestimulando-os, mas não é nada disso! Jesus tem o “pé no chão” e o coração no Alto. Por isso, lembrei-me de outra passagem: “Pois onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (cf. Mt 6,21).

Hoje o nosso tempo perdeu este sentido de transcendência, da existência do Céu, onde nós realmente experimentaremos a verdadeira felicidade. Tudo é para agora! É imediato, é “pra já”. Queremos uma resposta imediata e eficiente, mas nos esquecemos que o tempo, as dificuldades e a eficácia vêm com a maturidade, há longo prazo e que durará por toda a eternidade, não será curto como o efêmero tempo daqui, do agora. Mas, ao mesmo tempo, as experiências que eu vivo hoje podem ser eternas!

Este êxito e esta eficácia dependem de onde estiver o meu coração, a alegria e a felicidade verdadeira. É isso que Jesus quer fazer os discípulos entenderem: Ele é a alegria e a felicidade verdadeira. Todo esse “poder” e eficácia vêm d’Ele. Se os discípulos souberem de onde vem a fonte desta alegria, na hora da perseguição e da tribulação eles continuarão alegres e com o mesmo entusiasmo.

A vida cristã muitas vezes é um labirinto, no qual o homem necessita se “perder” para encontrar a sua saída – ou suas saídas secretas: o mapa do coração e da mente do homem. O ser humano é um mistério e meio. Para tentar entender o mistério da pessoa é preciso se aventurar a mergulhar no mistério de Deus e ser “insaciável” pois, assim como Deus, o ser humano nunca será totalmente desvendado, senão deixaria de ser um mistério.

Mas o mistério não limita a sua revelação, que se dá como a gente menos imagina ou gostaria que fosse. Uma derrota, um fracasso ou um grande momento de crise é uma grande ocasião de descobrir-se e de descobrir o outro. A pessoa é uma “caixinha de surpresas” e nós precisamos querer abri-la sempre sem medo. Coragem! A vida é e sempre será um grande desafio a ser vencido.

Estamos criando pessoas com medo de entrar em si mesmas, a geração do “tudo pronto”, do imediato, do paliativo. A pessoa se constrói, se trabalha como um diamante bruto que precisa ser ferido para ser lapidado. E isso leva tempo, paciência e muita arte. Os desafios da vida nos ensinam a viver. Nós nos formamos na escola da vida, lutando e aprendendo. A cada dia uma vitória.

A vida nos reserva lutas, obstáculos e vitórias diariamente. É preciso amar a vida e querer vivê-la com toda a intensidade, a cada momento, vivendo o presente, construindo a vida. Estou escrevendo para quem perdeu por qualquer motivo a vontade de viver, de lutar, de continuar a acreditar em si e nos outros. A palavra que eu lhe apresento é esperança: “virtude, ação de esperar o que se deseja. Confiança, expectativa otimista”. O que tem motivado a sua vida e as suas expectativas?

Uma palavra hoje tem sido muito usada nas empresas para definir qualidades de pessoas que sabem sair de situações difíceis: resiliência. E o que é resiliência? É a capacidade de superar, de recuperar-se das adversidades, tanto físicas quanto emocionais.

Ouvindo o monsenhor Jonas pregar percebe-se que a resiliência é um dom do Espírito Santo que vem em socorro daqueles que clamam, daqueles que reconhecem seus limites, mas que não ficam parados pois sabem a quem recorrer. A força de Deus para de fracos nos fazer fortes: “E me comprazo nas fraquezas, nos insultos, nas dificuldades, nas perseguições e nas angústias por causa de Cristo. Pois, quando estou fraco, então é que sou forte” (II Coríntios 12,10).

Pai santo, fonte de toda vida, Tu tens o mapa do nosso coração. Revela aos poucos a nós, pelo Divino Espírito Santo, os passos que precisamos dar em direção do sentido da vida e do gosto de viver. De experimentar as coisas boas e de não fugir dos desafios que a vida nos apresenta. Concede-nos o dom da resiliência para superarmos os nossos limites e nunca esmorecer e desistir de viver. Quero te agradecer pelo dom supremo da vida. Quero viver, quero vencer a cada dia. E contigo, minha família e meus amigos, venceremos juntos os desafios. A cada instante quero agradecer pelo pulsar do meu coração. Bendito seja o Deus da Vida que nunca nos deixa sem o seu auxilio e socorro! Amém.

Jesus voltou-se para os discípulos e disse-lhes em particular: “Felizes os olhos que veem o que vós vedes! Pois eu vos digo que muitos profetas e reis quiseram ver o que estais vendo, e não puderam ver; quiseram ouvir o que estais ouvindo, e não puderam ouvir” (Lc 10,24-25).

padre Luizinho

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