02 Nov 2010

Só se tem saudade do que é bom

Hoje, com toda a Igreja, somos convidados a rezar pelos nossos entes queridos que já partiram desta vida e que se encontram junto de Deus, intercedendo por cada um de nós. Somos convidados a rezar pelos que se purificam no purgatório, para poderem contemplar a Deus na visão beatífica. Também somos convidados a rezar e, em Deus, transcender a dor da perda e saborerar a dor da saudade. Não é fácil!

Na ocasião do Evangelho de hoje, João relata a morte de Lázaro e, consequentemente, a dor de Marta pela perda do irmão. Ela, quando Cristo chega, desabafa: ”Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido”. Muitos ”amigos” estavam na casa pela morte de Lázaro; mas por que Marta espera Jesus chegar para desabafar a dor do coração? Porque há momentos na vida em que nem o melhor amigo nosso terá condições de nos consolar; no máximo, ele nos mostrará – com a vida –, o Senhor, pois, somente Ele pode nos entender e nos consolar.

Precisamos nos perguntar: onde e com quem estamos buscando superar a dor das nossas perdas? Se é  com um amigo você pode estar comprometendo a linda amizade que construiu, pois ele não terá condições de entender você. Não devemos dar responsabilidade para quem não pode, ou seja, busquemos nos nossos amigos a força para irmos até Jesus: o Único que pode nos entender e consolar, pois  nos olha e nos entende por dentro, pois se encontra no mais íntimo de nós. Só Cristo pode nos sustentar em nosso sofrimento. Onde e com quem estamos vivendo a dor do nosso sofrimento? Muitos estavam ali na casa de Marta, mas ela esperou chegar Aquele que poderia compreendê-la verdadeiramente: Jesus Cristo.

Como Marta nós somos chamados a transformar o mundo e cada um de nós por intermédio do trabalho sério, comprometido e santificado; o maior trabalho que podemos realizar para a transformação do mundo é transformarmos o nosso interior, trazendo Deus como o centro. Marta aprende com sua irmã, Maria, que devemos escolher a melhor parte, aquela que não nos será tirada. Na vida, tudo perderemos e aquilo que achamos ter perceberemos – mais cedo ou mais tarde – que nunca tivemos. Aquilo que nunca nos será tirado é o que tivermos construído em Deus e para Deus.

Queremos aprender com Santa Marta, neste dia de comemoração dos fiéis defuntos, que na vida somos aquilo que construímos enquanto relação com Deus, colocando nossos dons e nossas qualidades a serviço dos irmãos.

Padre Pacheco

Comunidade Canção Nova

Pai das Misericórdias

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