02 Jan 2011

Siga a vontade de Deus, siga a estrela como os magos

Queridos irmãos e irmãs nós estamos na Solenidade da Epifania do Senhor, e a Igreja proclama nesse domingo o Evangelho de São Mateus 2, 1-12 trata-se do Evangelho dos magos.

O Evangelho nos diz que eram magos vindos do Oriente, não diz quantos eles eram, no entanto porque os dons eram três: ouro, incenso e mirra, a tradição identifica que eles eram também em três, e diz inclusive que eles eram reis. A tradição até nos dá o nome desses três reis magos: Gaspar, Baltasar e Belchior, tudo isso é tradição.

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O quê que o Evangelho no entanto nos ensina? Ele nos ensina que esses pagãos que viviam sua religião pagã olhando para os astros, olhando para as estrelas, seguindo suas superstições, enxergaram o nascimento do Messias, ou seja, o Evangelho está nos dizendo que todas as religiões conduzem à Cristo, e todas as religiões, na verdade, elas encontram a sua plenitude quando as pessoas finalmente se convertem e são cristãs. Isso quer dizer que quando homens de boa vontade seguem sua religião, mesmo que não seja uma religião cristã, mais seguem com uma reta intenção, essas religiões podem ajudá-los a chegar ao Cristo e finalmente eles podem se converter.

É importante, se você notar isso, eu não estou dizendo que as religiões pagãs salvam, mais que também essas religiões, embora estejam erradas, embora contenham elementos de idolatria, embora tenham elementos que na verdade não são bons, Deus pode agir também através delas e trazer as pessoas para a religião verdadeira, para o cristianismo, para serem verdadeiros filhos de Deus, católicos convertidos.

É isso que o Evangelho de hoje nos diz: que a salvação está aberta também aos pagãos como nos recorda claramente São Paulo na segunda leitura. É verdadeiramente algo de extraordinário que pagãos enxerguem o Salvador. Mais existe uma outra lição que podemos tirar desse Evangelho que é o seguinte: Herodes o grande que deveria ser judeu, que deveria seguir a religião judaica, a religião verdadeira naquela época, ele se perturba e não aceita o verdadeiro Deus que vem. Enquanto os pagãos aceitam, aqueles que deveriam aceitar se sentem perturbados.

Quando Herodes ouviu aquilo que os magos disseram, ele se perturbou e com ele toda Jerusalém, isso quer dizer também os judeus piedosos. É interessante notar que é exatamente isso que acontece com o pecado original. Deus, quando Ele vem, ao invés d’Ele trazer paz para algumas pessoas que estão muito tomadas pelo pecado, para algumas pessoas Ele vem trazer a inquietação e pertubação. Lembre-se daquela cena de Deus que desceu de tarde no paraíso para ver Adão e Eva, e Adão se escondeu atrás do arbusto, “Eu ouvi os seus passos e me escondi”. A primeira consequência do pecado original é esta: olhar a Deus um pouco como inimigo, como aquele que me agride.

Herodes se perturba, Herodes se angustia, e nós? Nós o que fazemos? Nós estamos nesta situação de piedade, de abertura como aqueles magos ou nós estamos numa situação de impiedade e de pecado em que olhamos para Deus como nosso inimigo, como nosso rival?

Meus queridos irmãos, minhãs queridas irmãs, muitas vezes a vontade de Deus na nossa vida é desafiadora, muitas vezes Deus pede que nós abracemos algumas cruzes que nós não gostaríamos de abraçar, e aí nós começamos a ver Deus como rival, começamos a ver Deus como alguém que está contra nós.

Mais se nós formos dóceis, se nós baixarmos a nossa cabeça diante de nosso Senhor compreenderemos que aquilo que Deus quer, embora as vezes pareça ruim, na verdade é ótimo. Siga a vontade de Deus, siga a estrela como os magos.

Padre Paulo Ricardo

Arquidiocese de Cuiabá (MT)

Pai das Misericórdias

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