17 Jan 2011

O jejum deve nos levar a uma maior sintonia com Deus

O Evangelho de hoje nos apresenta os discípulos de João e os fariseus que faziam jejum, os quais perguntaram a Jesus por que Seus discípulos não jejuavam. E Cristo responde que os discípulos d’Ele não estavam em jejum porque Ele ainda estava presente no meio deles, e isso era motivo de festa e de alegria. Quando chegasse o dia em que Ele não estivesse mais com eles, é que estes deveriam jejuar, em preparação para Sua nova vinda, porém, um jejum diferente, legalismo religioso antigo. Seus amigos e Seus discípulos sofreriam perseguições e dificuldades, tristezas e desolação, seria essa a nova forma de jejum e penitência que Ele apresentava.

Na época de Jesus o jejum era uma prática que fazia parte do dever religioso entre os judeus. Os fariseus, assim como os discípulos de João Batista, jejuavam regularmente. O jejum judaico era uma espera do Messias, um sinal de dor, de penitência, para implorar a Misericórdia de Deus, ou mostrar arrependimento dos pecados. Mas agora Cristo estava no meio deles, não era necessário jejum, penitência corporal, principalmente quando a intenção fosse atrair os louvores.

Ninguém precisa ficar sabendo que estamos fazendo jejum, somente Deus, é para Ele o nosso jejum. E muito menos demonstrar tristeza e abatimento por estar jejuando. Fazer algo de bom por interesse próprio é sinal de hipocrisia, de falsidade. E era essa prática com a qual Jesus Cristo não concordava. Os fariseus praticavam o jejum e continuavam oprimindo o próximo, e isso Jesus rejeitava.

Jejum não é sacrifício, muito menos uma troca de favores entre o cristão e Deus para conseguirmos do Todo-poderoso o que queremos. Jejuar é deixarmos de lado ou deixar de fazer aquilo gostamos, fazer um sacrifício, por uma boa intenção e para entender a vontade de Deus em nossa vida. Se não jejuarmos para Deus, de nada adianta. Devemos estar concentrados no Senhor. Pois o jejum nos mudará, fazendo-nos reconhecer tudo o que prejudica nossa vida no dia a dia, como nossas atitudes egoístas de falta de amor, de palavras que magoam, a falta de gentileza, os nossos medos, nossa falta de piedade e de caridade.

Quem sabe não precisamos fazer um jejum por todas as nossas atitudes mesquinhas e até nós mesmos? Deus quer que tenhamos um coração puro, sincero e humilde. Façamos um jejum que nos deixe em maior sintonia com Deus, para que sejamos sempre por Ele orientados.

O jejum é um tipo de penitência muito importante para se obter o autodomínio do corpo, principalmente para manter a castidade. Ele é tão importante, que foi recomendado pelo próprio Jesus, quando disse aos discípulos que não conseguiam expulsar os demônios de nome ‘legião’, que para se fazer isso seria preciso jejum e muita oração.

A Igreja nascente fazia muito o uso do jejum. Em Atos 13,2-3, podemos ler que a Igreja jejuava quando enviava dois dos seus professores numa longa viagem de pregação. Em Atos 14,23, as Igrejas jejuavam quando indicavam anciãos. Jejuar nunca deveria ser pensado como um meio de obrigar Deus a nos conceder uma graça ou um favor, ou como um modo de fazer com que Deus atendesse às nossas orações.

Jejuar é, principalmente, um meio de purificação, um meio de conseguir vencer as tentações, principalmente aquelas referentes à carne, e finalmente um meio de nos aproximarmos do Senhor, orando e meditando no Senhor, e de levar outras pessoas a fazerem o mesmo.

Jesus nos apresenta duas comparações do “remendo novo que repuxa o pano velho e do vinho novo em odres velhos” que esclarecem Sua resposta sobre o jejum. Ele é pano novo e vinho novo, que se mostram em Sua Pessoa, no novo ensinamento e nova doutrina religiosa. Cristo nos apresenta uma nova Igreja, rompendo assim com velho estilo religioso dos judeus. Jesus que libertar a todos que ainda estão presos ao passado. Temos de deixar que atue em nós e na nossa comunidade o “vinho novo” do Espírito Santo de Cristo, fermento de novas relações com Deus e os irmãos.

Pai, a presença de Jesus na nossa história é motivo de grande alegria. Que a minha alegria consista em construir um mundo de amor e de fraternidade, como Cristo nos ensinou.

Padre Bantu Mendonça

Fonte: Retirado do Blog do padre Bantu

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