17 Sep 2010

Nosso maior bem: a capacidade de amar

Jesus é a revelação plena e total do Pai; anunciar o Reino de Deus, para Cristo, é anunciar Deus Pai e as maravilhas que Ele fez e faz. Estas maravilhas o Altíssimo revela por intermédio de Seu Filho, que faz se tornar visível para nós este Reino, o Reino do Pai, que nada mais é que adesão ao senhorio de Jesus e solidariedade e fraternidade com os irmãos. O Reino é isso: estar sob o senhorio de Jesus e nos gastarmos pelos nossos irmãos, amando-os até as últimas consequências.

Jesus está anunciando o Reino do Pai, caminhando de povoado em povoado, de aldeia em aldeia, incansavelmente, pois é uma missão de urgência. Para isso, o Senhor chamou os Doze, para serem apóstolos, dentre muitos discípulos. No discipulado também ingressavam mulheres, que colocavam seus bens à disposição da missão. Qual missão? Anunciar o Reino de Deus.

Aqui está uma característica fundamental para o seguimento de Nosso Senhor Jesus Cristo: doar todos os seus bens. Sim, estas mulheres tinham muitos bens – materiais – mas, muito mais bens espirituais tinham todas elas. Colocar os bens materiais à disposição da missão significa colocar Deus como Senhor da nossa vida e nada mais que Ele, principalmente algum bem material. Colocar à disposição os bens espirituais significa colocar nossos talentos a serviço dos outros, principalmente a nossa capacidade de amar.

Colocar à disposição dos outros aquilo que está fora de nós, ou seja, as realidades materiais, isso não é tão difícil; difícil é colocar à disposição o maior bem que possuímos: a capacidade de amar. Quem não quer amar, não pode ser discípulo de Jesus; nem pode entrar em Seu discipulado.

Antes de perguntarmos sobre nosso seguimento de Jesus, sobre nosso discipulado, devemos nos perguntar: como se encontra a nossa vivência do amor entre aqueles que convivem conosco? Porque amar quem está longe é fácil; difícil é amar quem está perto. Mas falar no amor evangélico não é falar num falso amor, um amor platônico, descomprometido, um amor dos sonhos encantados. Pelo contrário, falar do amor de Jesus é falar de um amor comprometido, que faz doer na carne – pois quem ama sofre, pois o amor começa quando começa a doer a carne.

Há muita gente pelo mundo extremamente comovida com tudo aquilo que está acontecendo, de como a vida está indo. Todavia, é quase inexistente o número de pessoas verdadeiramente comprometidas. Aliás, compromisso é uma coisa que poucos querem assumir, pois compromisso exige, desinstala, chama para a responsabilidade. E quem quer responsabilidade?

No seguimento de Jesus, todos passamos a nos responsabilizar pela transformação interior das pessoas. Para seguir Cristo não basta deixar algo; é preciso se deixar, abandonar-se à vontade de Deus, ao Reino d’Ele. É preciso morrer para os outros. Tenho dito que depois do evento Cristo – Encarnação, Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo – a morte passou a ter outro nome: viver para si mesmo, para si mesma.

Quem está disposto a viver para si mesmo só encontrará uma vidinha medíocre, fútil, sem sentido, vazia e saboreará a morte. Por outro lado, quem deixar a sua vida, quem morrer pelo outro, encontrará a verdadeira vida, pois descobrirá, em Jesus, uma vida nova e a ressurreição.

O maior bem que temos e devemos colocar a serviço dos irmãos é a capacidade de amar que Deus nos deu. O Senhor não queria somente bens materiais para a missão, sendo que isso também era necessário; Ele queria e quer o coração de cada um para que Ele possa ser Senhor e não os bens materiais senhores da nossa vida; Ele quer o nosso maior bem: amar, amar e amar.

Padre Pacheco

Comunidade Canção Nova

Pai das Misericórdias

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