11 Oct 2012

Não pare de rezar!

No Evangelho de ontem, Jesus responde ao pedido: “Senhor, ensina-nos a orar”, instruindo seus discípulos nos elementos da oração apropriada, pelo modelo de oração que Ele dá. Hoje, Jesus enfatiza a importância da fé na oração feita com persistência, conforme aparece claramente na parábola do amigo à meia-noite.

Nesta parábola, um homem é surpreendido na calada da noite por um hóspede inesperado e está embaraçado por não ter nada para alimentá-lo. Para cumprir esta exigência da hospitalidade do Oriente Médio, ele vai ao seu amigo vizinho, à meia-noite, pedindo três pães. A resposta é abrupta e insensível: “Não me importunes; a porta já está fechada, e os meus filhos comigo também já estão deitados. Não posso levantar-me para tos dar”.

A reação do suplicante, contudo, é insistir, sem se acanhar, até que seu “amigo” veja que há menos inconveniência em honrar o pedido do que continuar uma discussão a essa hora da noite. A moral da história, indicada no versículo oito, é que a “persistência” ou a “falta de acanhamento” do hospedeiro embaraçado conseguiu seu objetivo numa situação em que os laços de amizade e de afinidade mostraram-se ineficazes. Portanto, a aplicação da parábola é para encorajar a persistência e a fé esperançosa na oração.

“Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e a quem bate, abrir-se-lhe-á”.

É importante reconhecer que esta parábola é simplesmente ilustrativa e não simbólica, pois Deus não é certamente um amigo insensível e de má vontade e Ele não nos vê como vizinhos importunos, desavergonhados. O argumento, então, raciocina do menor para o maior, do pior para o melhor. Se verdadeiramente somos amados de Deus em vez de desprezados, e se Ele está ansioso – antes que hesitante – para ouvir nossos pedidos, por que a fidelidade na oração não produziria não somente um ouvido atento, mas uma boa vontade em dar tudo o que pedimos que for consistente com sua sabedoria divina?

Jesus completa suas instruções em Lucas 11 sobre a fidelidade na oração indo além da certeza de que Deus ouve a oração de seu filho, a uma concentração no objeto da súplica. Enquanto há, certamente, exemplos de abusos cometidos contra crianças em volta de nós, a maioria das pessoas – não importa se são más – não dão intencionalmente aos seus filhos presentes perigosos: “Se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?”

Novamente, o argumento é feito contrastando o pior com o melhor. Se podemos confiar nos humanos para fazerem a coisa certa pela razão errada ou por causa da “afeição natural” por seus filhos, não podemos ser absolutamente confiantes em que Deus, que é mais do que apenas um amigo e pai, tanto ouvirá como dará suas melhores dádivas (seu Filho e a influência de seu Espírito) àqueles que lhe imploram persistente e fielmente?

Esta mensagem de Lucas 11 deve fazer do seu coração o lugar da acolhida do projeto de Deus em sua vida. Com fé, esperança e confiança, bate à porta, suplique, chore apresentando todas as suas preocupações. Tenho a plena certeza de que o Senhor ouvirá, atenderá e responderá abundantemente de acordo com a qualidade da nossa oração.

O desafio se chama persistência, disciplina e fidelidade na oração. Portanto, como disse Paulo aos novos convertidos de Tessalônica também digo a você: “Reze sem cessar”, ou seja: “Não pare de rezar!”

Padre Bantu Mendonça


Pai das Misericórdias

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