20 Nov 2010

Frutos de ressurreição

Jesus, no Evangelho de hoje, deixa muito claro acerca do que acontece na ressurreição: todos viveremos como irmãos. Mas devemos nos aprofundar  nesse assunto e nos perguntarmos o que significa ressurreição. Ressurreição para a vida é a resposta frente uma vida vivida, na qual tivemos a coragem de produzir muitos e bons frutos de santidade. Pelos frutos, a ressurreição começa aqui, nesta vida.

Uma das realidades mais lindas existentes em nossa vida é a certeza de que Deus nos criou por amor e para o amor. A nossa vocação fundamental é a vivência do amor; as demais vocações – sacerdócio, vida religiosa, matrimônio, vida leiga – são consequências disso, ou seja, serão a maneira como viveremos esta vocação primeira: o amor. Somos frutos do amor; não somos frutos de um acaso, de uma sorte boa ou má; não, somos frutos do querer misericordioso, amoroso e terno da Trindade Santa.

Ora, se somos frutos deste amor da Santíssima Trindade (e o somos!), não tenhamos dúvidas disso nunca – logo, no que depender de Deus, tudo concorrerá para que venhamos a dar certo. Repito: no que depender de Deus tudo já deu certo, indiferentemente das dificuldades e sofrimentos  pelos quais passamos ou estejamos passando. Nós precisamos acreditar nessa verdade.

No Evangelho, Jesus pela boca de Lucas, é taxativo ao dizer: “Não existe árvore boa que dê frutos ruins, nem árvore ruim que dê frutos bons. Toda árvore é reconhecida pelos seus frutos”. Na verdade, essencialmente, o que Cristo quer dizer com isso? O Senhor quer nos dizer que não existe árvore ruim, pois esta árvore – analogicamente falando – somos cada um de nós; ora, se somos filhos de Deus – repito: e o somos! – por natureza somos bons; o que é ruim, muitas e muitas vezes, são nossa atitudes, ou seja, ou frutos maus que produzimos no lugar dos bons [frutos].

O agir segue o ser. Para dizer que os nossos gestos, as nossas reações, as nossas posturas informam tudo a respeito de nós. Repito: o agir segue o ser. Biblicamente falando: a árvore é conhecida pelos seus frutos.

E quanto a nós? Quais frutos estamos produzindo? Veja, aqui não adianta perguntar quais frutos queremos produzir, mas quais podemos produzir diante do fato de que exteriorizamos em nossa vida não o que gostaríamos, mas o que podemos proporcionar. Não basta querer, pois é uma questão de poder.

E como o demônio procura jogar na nossa cara (por causa dos frutos que produzimos, os quais gostaríamos e lutamos para que sejam bons, mas muitos são de qualidade inferior) que somos árvores más, estéreis, que nunca daremos certo na vida! E como existem pessoas que já assimilaram essa palavra de maldição em suas vidas!

Não, não existe árvore má; existem frutos maus, por causa da falta de nutrientes dessa árvore. Sim, o problema está na falta de nutrientes desta árvore, pelo local em que ela se encontra plantada; no solo do qual ela se alimenta.

Existe uma afirmação sobre a qual se diz que para resolvermos algo precisamos ir à raiz do problema. Neste caso, com relação à Palavra de hoje, é preciso ir mais fundo ainda, ou seja, é preciso ir ao solo e analisar quais nutrientes essa terra pode nos proporcionar, para que produzamos frutos de qualidade. De que solo estamos nos alimentando? Onde estamos plantados? Só existe um solo capaz de fazer com que venhamos a produzir os frutos: um solo que seja fértil, nutritivo. E esta nutrição é a Palavra de Deus; é a Eucaristia; são as práticas de misericórdia a serem vividas e praticadas na vida do irmão – materiais e espirituais –; é a vida fraterna com aqueles com quem convivemos… dentre tantas outras.

Estamos produzindo frutos ruins, pois estamos nos alimentando com veneno; estamos plantados em lugares contaminados; quantos alimentos estão aí sendo oferecidos que são verdadeiros venenos: muitos programas de televisão e músicas que são verdadeiros venenos, pois só nos instigam a uma vida de prostituição e promiscuidade; falsas amizades que nos propõem sempre a fazer aquilo que é contra a vivência dos valores e das virtudes…

Um outro fator que nos impossibilita de produzirmos bons frutos é o medo, que é a pedagogia do demônio para nos destruir. O medo do sofrimento, da cruz, faz com que venhamos a nos acomodar. Todos querem ressuscitar, mas ninguém quer morrer, ninguém quer cruz. Isso é contraditório. Não adianta, meus irmãos e irmãs, árvore que dá fruto sempre tomará paulada, já diz um ditado antigo. Livremo-nos deste medo das pauladas, pelo fato de darmos bons frutos. Não olhemos para as pancadas que tomamos, mas olhemos para Jesus, para os frutos que Ele produz em nós e para os outros por intermédio d nós.

Padre Pacheco

Comunidade Canção Nova

Pai das Misericórdias

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