O nosso testemunho da verdade, que é Cristo, centra-se no amor, segundo o desejo de Jesus: “Que sejam um como nós, para que o mundo acredite”. Por sua vez esse amor brota do amor que Deus nos tem e pelo qual nos oferece a nova vida pascal em Jesus e pelo Seu Espírito. “Se Deus nos amou desta maneira, também nós devemos amar-nos uns aos outros”. Disso somente é capaz quem vive como consagrado e santificado pela verdade, isto é, em união com Cristo.
Para testemunhar essa nova vida de consagrado, o cristão deve experimentá-la antes e vivê-la pessoalmente pela fé, pois esta nova vida está com Cristo, escondida em Deus. Por isso o crente não tem distintivo exterior algum que o identifique. O júbilo pascal da nossa adoção filial por Deus pertence ao mundo da fé; e a fé é, antes de tudo, experiência vivencial, dom e graça do Senhor, e não mero conhecimento conceitual deste.
A vida nova com Cristo, fruto da nossa consagração pelo Pai, é oferecida a todo o que acredita que Jesus é o Filho de Deus, como repete insistentemente o quarto Evangelho. Com a força dessa fé e vida nova seremos capazes de transformar tudo, dentro de nós e à nossa volta: trabalho, estudo, vida familiar, problemas pessoais, compromisso social, solidão, doença e morte.
Temos de provar, de gostar e de ensaiar com entusiasmo a nossa vida pascal, convertendo o coração aos bens do Alto, ainda que sem nos desinteressarmos das pessoas e do mundo. Consideremo-nos mortos para o pecado e suas obras e ressuscitados com Cristo para Deus. Dois tempos ou movimentos de uma mesma melodia, com aparência negativa o primeiro e com nome positivo o segundo, mas inseparáveis e, no fundo, iguais.
Para vencer o ódio do mundo, no meio do qual temos que viver, não há meio melhor e mais convincente que o testemunho da verdade pelo amor.
Padre Pacheco
Comunidade Canção Nova
*Cf. B, CABALLERO. A Palavra de cada dia. p. 253-254. Paulus: 2000.