26 Jun 2010

Cristo carregou com as nossas doenças*

Se ontem Jesus curava um leproso judeu, hoje é um centurião romano, um não judeu, um pagão, mais ainda: um membro do exército estrangeiro de ocupação quem se beneficia da vida que brota de Cristo. Tudo graças à fé e à humildade do suplicante; a ponto de Jesus comentar: “Em verdade vos digo: em Israel não encontrei em ninguém tanta fé” (Mt 8, 10b).

O elogio desta fé no centurião, que é proveitosamente confrontada com a incredulidade do povo eleito, encerra um valor intencional apontando para a abertura do Evangelho aos não judeus. Assim, o evangelista Mateus, que escreve para judeus-cristãos, declara aberta a porta do Reino de Deus aos pagãos. Ponto importante na vida da primeira comunidade cristã, de origem judaica na sua maioria, que devia abrir o Evangelho aos não judeus, como fez Cristo com o centurião romano. Igualmente a Igreja de hoje deve ser lugar aberto a todos e sinal de esperança e salvação para todo homem e mulher. Assim se cumprirá a predição de Cristo: Virão muitos do Oriente e do Ocidente e sentar-se–ão com Abraão, Isaac e Jacó no Reino dos céus.

No relato de Mateus o centurião vai pessoalmente falar com Jesus; no de Lucas, porém, fala por meio de legados. Mas em ambos os casos a mesma fé e confiança, a mesma humildade – “Quem sou eu para que entres em minha casa?” -, a mesma cura à distancia. Este último pormenor não é algo habitual nos Evangelhos. Jesus costuma curar na presença do doente, unindo a Sua Palavra ao contato físico que transmitia o poder divino que d’Ele emanava. Mas aqui a fé imensa do suplicante – tal como a da mulher Cananéia, ambos pagãos – consegue um milagre totalmente extraordinário. Fundiu-se assim a eficácia da fé suplicante e da Palavra toda poderosa.

O Evangelho de hoje, depois de dar nota da cura do criado do centurião romano e da sogra do apóstolo Pedro, anota sumariamente uma grande quantidade de curas de doentes por Jesus. E conclui: “Assim se cumpriu o que disse o profeta Isaías: Ele tomou as nossas doenças e carregou com as nossas enfermidades.” Alusão evidente ao servo paciente do Senhor que o profeta Isaías descreve. Se Cristo pode aliviar as pessoas dos seus males corporais e os espirituais é porque tomou sobre Si a expiação dos pecados do homem.

Na primeira Sexta–feira Santa da história, pelas ruas de Jerusalém, tornou-se realidade o fato do Varão das dores que carregou sobre Si o nosso pecado e as nossas doenças; mas mediante a humilhação de Cristo até à morte fomos todos curados. Da maldição da cruz vem a bênção de Deus para todo o que crê no poder do Crucificado, enquanto repete humildemente diante de Deus: “Senhor, eu não sou digno, mas uma palavra tua bastará para me curar”.

Padre Pacheco

Comunidade Canção Nova

*Cf. B, CABALLERO. A Palavra de cada dia; p. 405-406. Paulus: 2000.

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