19 Apr 2012

Ame as pessoas que o cercam como se fosse o seu último dia

O Evangelho de João, de maneira admirável, nos faz meditar sobre a forma como estamos apegados às coisas terrenas, às coisas “aqui de baixo”. O olhar prazeroso para esta vida e para nossas coisas ofuscam, muitas vezes, o nosso olhar para as coisas do Alto, de onde veio a salvação.

Fazendo recurso, frequentemente, à repetição dos temas e das principais palavras-chaves da revelação de Jesus, São João apresenta um vocabulário bem mais reduzido do que os Evangelhos sinóticos. Neste texto de hoje, a partir das oposições “céu e terra”, “crer e não crer”, são afirmadas a originalidade e a autenticidade do testemunho do Senhor ao revelar a Boa Nova de Deus.

Aquele que vem do céu foi enviado para anunciar as Palavras de Deus e dar o Espírito sem medida. Ele está acima de todos. Quem é da terra – sejam profetas, discípulos ou adversários – só entende segundo suas tradições terrenas. Jesus, enviado por Deus, fala das coisas do alto, porém, Ele nos dá o Espírito sem medida, que inspira a fé e a compreensão sobre as coisas que não são da terra. O auge da revelação é o dom da vida eterna a todo aquele que crê em Jesus, Filho de Deus.

Para aqueles que têm sua fé n’Aquele que vem do alto, o medo e a angústia estão fora de questão. O zelo exagerado que dedicamos aos nossos pertences e bens materiais, às vezes, nos torna ridículos. É claro que precisamos de abrigo, de transporte e também precisamos nos apresentar, de preferência, bem vestidos, etc. No entanto, em vez de nos preocuparmos com a saúde do esposo, da esposa, dos filhos e filhas, nossa maior preocupação é com os bens desta terra.

Verificar o carro, a moto ou um outro bem depois que eles foram usados. Será que eles valem mais do que a preocupação que devemos ter com as pessoas? Somos assim, somos deste mundo, agarrados a ele com todas as nossas forças. Preocupados ao extremo com os bens materiais a ponto de deixar de lado as coisas de Deus. Alegando ser por causa da nossa sobrevivência, nos esquecemos das Palavras do Mestre quando Ele diz: “Buscai, em primeiro lugar, o reino dos céus e a sua justiça e o resto vos será dado por acréscimo”.

Faço-lhe um convite: dedique-se, com total entrega, ao serviço de Deus e você verá que todo o restante de sua vida vai fluir naturalmente, maravilhosamente, a ponto de sua “taça transbordar”. Não seja mesqinho na hora da coleta. Dê um pouco mais do que umas moedinhas a Deus e verá que Ele o recompensará.

O evangelista nos convida, no dia de hoje, a olhar para Jesus, acolher Suas Palavras e transformá-las em um Evangelho vivo na nossa vida, visto que são Palavras de vida eterna. E se é verdade que formos regenerados e renascidos na água e no fogo do Espírito – como diz São Pedro – devemos aspirar ao leite puro e espiritual, a fim de que, por ele, possamos crescer para a salvação.

Para isso é fundamental que usemos o que temos com desapego. Use o seu carro como se não o estivesse usando, em vez de usá-lo como se o estivesse adorando. Se for preciso, dê sua vida pela causa missionária, pelo Reino de Deus, pois “quem perde a sua vida ganha-la-á”.

É bom aproveitar e saborear todos os momentos da nossa vida, pois o presente é a única coisa que temos a certeza de possuir. O carro, a casa e tudo mais ficarão na terra. Só temos o momento presente. O ontem já passou e o amanhã não sabemos se virá para nós. Portanto, viva, hoje, como se fosse morrer amanhã, e aprenda como se fosse viver para sempre. Ame as pessoas que lhe cercam como se fosse o seu último dia de vida. Estude, principalmente, a Palavra de Deus como se você fosse viver para a eternidade.

Portanto, por Ele e n’Ele, toda a humanidade recebe, por mera benevolência de Deus, a vida eterna, ontem, hoje e sempre!

Oxalá, meu irmão e minha irmã, se ouvíssemos, hoje, a voz do Senhor e não fechássemos o nosso coração para ele! Mas que o abríssemos profundamente para acolher Sua Palavra e transformá-la num Evangelho vivo em nossas vidas.

Acolhamos e acreditemos nas Palavras d’Aquele que veio do Céu, pois, em nenhum outro nome, podemos ser salvos, senão no nome de Jesus Cristo.

Padre Bantu Mendonça

Pai das Misericórdias

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