20 Dec 2010

A coragem de Maria, a mãe do Salvador

O Evangelho de hoje narra as circunstâncias em que Jesus foi concebido por sua mãe, Maria. O anjo Gabriel foi o mensageiro, cuja missão foi a de anunciar que ela receberia a maior graça que uma mulher poderia receber: ser a mãe do Filho de Deus. É claro que isso também traria uma série de dificuldades que ela teria de superar. Mas a impetuosa Maria resolveu assumir de corpo e alma o projeto de Deus para a sua vida. Essa é a grande mensagem que o Evangelho quer nos trazer hoje: a Santíssima Virgem confiou no plano de Deus. E nós?

Muitas polêmicas já foram criadas em torno de Nossa Senhora, mas alguns aspectos são incontestáveis, por exemplo: ela foi bastante corajosa ao aceitar ser a mãe de Jesus, sem nem ao menos pedir a opinião de pessoas importantes na sua vida, como seus pais ou seu noivo, José.

Vendo a situação em que a Virgem Maria se encontrava e da qual ela participou como na passagem de hoje, concluímos que ela é uma mulher de atitude, decidida, que sabe o que quer. Quando percebeu a seriedade da situação, deu um “sim” que mudou para sempre a história da humanidade. E criou o Filho, desde antes do Seu nascimento, como se cria o próprio Filho de Deus. Ela entendeu e acreditou que este foi o plano que Deus pensou para a sua vida.

Aí você poderia pensar: “Ah, mas no caso dela foi fácil, veio um anjo do céu e disse qual era o plano de Deus para ela. Se viesse um anjo e me dissesse o plano de Deus para minha vida, eu também seguiria!” Se você voltar ao texto do Evangelho, verá que o anjo não tinha um “crachá” que o identificasse como “Anjo Gabriel – Enviado de Deus”. Mas mesmo assim, Maria acreditou nele. Quantos “anjos” já passaram pelo nosso caminho dando as pistas do plano de Deus para a nossa vida? Com certeza, já passaram muitos na sua e na minha vida. E sem nós prestarmos atenção, já passaram muitos na nossa vida. Pode ser até que você já tenha sido esse anjo para mim ao ler esta homilia e fazer seu comentário, e eu esse anjo para você ao escrevê-la, sabia? O nosso problema é que nós somos lentos para entender! Não acreditamos na primeira oportunidade. Precisamos ter vários sinais para poder começar a acreditar que Deus está tentando nos mostrar o Seu plano na nossa vida. Imagine se Maria fosse assim…

Ela fez diferente: ao aceitar o desafio do Senhor, também aceitou o perigo da sociedade apedrejá-la por adultério, por estar comprometida com José. Outro risco que tinha de enfrentar era a ruptura do seu casamento, então próximo, quando José soubesse desse fato.

Mas Nossa Senhora preferiu fazer a vontade de Deus a  querer agradar a homens, ainda que lhe custasse tudo. Um grande exemplo para nós. Também lhe é anunciado que sua parenta Isabel havia concebido em sua velhice, e que era o sexto mês para ela que era estéril, porque nada é impossível para Deus.

Isso nos deve chamar também a atenção. Lucas conta a história do nascimento de Jesus, principalmente sob a perspectiva de Maria, por meio da qual Deus cumpre as promessas feitas a Abraão.

O nascimento virginal e uma doutrina cristã fundamental aparecem no credo dos cristãos desde muitos séculos atrás. Pelo nascimento virginal, por obra do Espírito Santo, Jesus Cristo não teve pecado original, por isso foi capaz de oferecer um sacrifício perfeito para salvar a humanidade. Porque só os homens livres podem salvar os condenados. Só o Homem celeste pode santificar o homem da terra. Se tivesse nascido de um pai humano, teria sido um homem comum, incapaz de salvar-nos.

A Santíssima Virgem entendeu, na sua pureza, que o plano de Deus não é aquele que vai nos fazer não ter problemas nunca mais na vida. Muito pelo contrário! Maria teve muitas dores. Ela enterrou o próprio Filho! A certeza que nós temos, ao aceitar o plano de Deus, é que nós já somos vitoriosos mesmo antes de começar, pois já estaremos com o nome inscrito no Reino dos Céus.

Que com Maria, a mãe de Deus, e, sobretudo com o seu “sim,” saibamos aceitar o desafio do projeto de Deus em nós e Cristo continue sendo gerado em nós para os nossos irmãos e irmãs, e com Ele percorramos a trajetória de Sua vida: Seu nascimento, Seu ministério, Sua Paixão e Sua Ressurreição.

Padre Bantu Mendonça K. Sayla

Pai das Misericórdias

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