28 Nov 2016

Tenhamos solicitude para com todos

Precisamos ter solicitude para com todos! Quem tem responsabilidade para com alguém tem de se preocupar com a pessoa por inteiro

“Em verdade, vos digo: nunca encontrei em Israel alguém que tivesse tanta fé” (Mateus 8, 10).

Jesus está admirado com a fé do oficial romano. Veja, este homem era tido como um pagão, e a sua responsabilidade era cuidar do exército romano. Ele não tinha a cultura judaica, os elementos da fé como os judeus por si tinham. Mas ele tinha algo fundamental: docilidade e sede de Deus. Isso fazia dele um homem não só bom, mas aberto, e desse modo sabia do que Jesus era capaz.

O oficial tinha um de seus soldados doente, precisando de cuidados; ele sabia que com tudo o que tinha de dinheiro e poder, posses e responsabilidades não poderiam fazer nada pelo seu empregado.

Há algo que me chama à atenção: além da fé deste homem, a solicitude, o cuidado, o amor, o carinho que ele tem para com o seu empregado. Muitas vezes, consideramos pessoas “inferiores” sem importância para nós; a pessoa que trabalha conosco na empresa, que está na faxina, aquele que vai em nossa casa trabalhar, não passam de simples empregados. Que mentalidade errada, que mentalidade mundana!

Precisamos ter solicitude para com todos! Quem tem responsabilidade para com alguém tem de se preocupar com a pessoa por inteiro, preocupar-se que ela esteja bem psicológica e fisicamente. Não que vamos resolver os problemas de todo mundo, cuidar dos problemas das pessoas que estão à nossa volta, mas, às vezes, as pessoas que trabalham conosco estão ao nosso lado há tanto tempo e não temos nem atenção por aquilo que se passa com ela.

Louvado seja Deus pela solicitude e pela caridade que move o coração desse oficial romano! É bonito, porque é a caridade unida à fé; e ele sabe que não pode mesmo fazer nada pelo seu empregado, mas sabe que Jesus pode, que Ele tem poder. Ele ouviu falar de tudo o que Jesus fez e acreditou. É por isso que ele recorreu a um gesto de profunda humildade: “Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha casa, mas basta uma palavra tua para o meu empregado ser curado”.

Confessando a sua indignidade e incapacidade, ele reconhece que só Deus é grande, só Ele pode e que, Ele querendo, pode fazer por aquele empregado. A sua humildade está aliada à sua fé: “Eu creio que Jesus pode!”.

O que vai fazer com que esse empregado seja curado é, de fato, a fé do oficial, uma fé confiante, humilde e determinante, para que a graça de Deus aconteça.

Às vezes, encontramos muitas pessoas que tem mais fé do que as pessoas nosso contexto religioso, dos nossos grupos de oração, da nossa caminhada de igreja, do que nós que caminhamos em Deus. Não que isso justifique que a pessoa tem que estar fora da igreja. Não é nada disso! Porque fé é algo que vem do coração; que, de fato, coloca em Deus a sua total confiança.

É verdade que a fé nos leva a ter compromisso com Deus, leva-nos a buscá-Lo com mais sede, mais determinação. No entanto, o que determina a nossa fé não é ir ou não ir à igreja.

O que faz com que nossa fé seja verdadeira é a confiança, a entrada, é colocar-se, verdadeiramente, nos braços de Deus e saber que só Ele pode. Muitas vezes, achamos que podemos sem Deus mesmo estando nos caminhos d’Ele, é um erro e uma tremenda ilusão.

Que Deus nos ajude a ter uma fé verdadeira e a aumente em nós, para que assim possamos viver na sintonia da graça e do amor divino!

Deus abençoe você!

Pai das Misericórdias

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