O jejum e a oração precisam fazer de nós pessoas mais caridosas, afetuosas e ternas umas para com as outras.
“Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão” (Mt 9,15).
Uma das práticas que nós somos chamados a viver durante este tempo da Quaresma, e em toda a nossa vida, é a prática do jejum e da penitência. Mas o jejum e a penitência, juntamente com a oração, só assumem sentido em nossa vida quando se voltam para a caridade, para o cuidado com o nosso próximo. Porque, muitas vezes, o nosso jejum é meio hipócrita, nós deixamos de comer, fazemos longas orações, mas não sabemos perdoar a quem está ao nosso lado, nós colocamos um jugo muito pesado em nosso próximo; nós somos duros, injustos com as pessoas.
Jejum e oração servem para moderar esse nosso impulso, que nos leva, muitas vezes, a machucarmos o outro, a oprimir e reprimir as pessoas ao nosso lado. O jejum e a oração precisam fazer de nós pessoas mais caridosas, afetuosas e ternas umas para com as outras!
O jejum, que Jesus nos propõe, é o jejum da espera, é a configuração do jejum de Jesus ensinado pela Igreja, como o jejum do noivo que espera sua noiva chegar. Enquanto o noivo espera a sua noiva chegar, ele está ali na expectativa, ainda não pode plenamente tomar posse da sua noiva, mas ele se prepara para esperá-la e, assim, quando ela chegar, aí sim a alegria será plena.
Nós estamos no tempo da espera, na expectativa do Reino de Deus definitivo. Já sabemos que o Senhor está entre nós, e estamos a caminho deste Reino; o jejum é um grande remédio que nos ajuda a viver a expectativa deste Reino. No meio de nós, celebramos isso de forma mais intensa por intermédio da Páscoa de Jesus, que é a Sua manifestação gloriosa.
Nós jejuamos durante este tempo quaresmal, porque, depois, liturgicamente, quando o Senhor estiver entre nós, no tempo pleno da Páscoa, então não jejuaremos mais, porque nós estaremos com o Noivo vivo e ressuscitado no meio de nós.
A Igreja nos convida a viver de forma profunda a espiritualidade deste tempo da Quaresma. Façamos o jejum de forma discreta, humilde, mas eficaz, porque o Senhor nos ajuda a sermos melhores e a termos autocontrole sobre as nossas atitudes.
Deus nos abençoe!