01 Dec 2007

“VIGIAI E ORAI... ”

Estamos, hoje, fechando mais um tempo. E Jesus, no Evangelho de Lucas (Lc 21,34-36) faz a conclusão ao discurso escatológico sobre o fim dos tempos, envolvendo a destruição do Templo e de toda a cidade de Jerusalém com a manifestação gloriosa do Filho do Homem. Lucas apresenta a parábola da figueira ( Lc 21,29-33 ) e a advertência final de Jesus à vigilância constante.

Para Cristo, a vigilância e oração preparam o cristão para o dia do juízo. E sempre que na Bíblia este termo aparece, ele vem relacionado ao dia da parusia ( Lc 12,37-39 ). Por quê? Porque, facilmente, o homem adormece ou se distrai como as dez virgens ( Mt 25,1-13 ). E, por causa disso, a oração que o Senhor nos recomenda é a confiante e amorosa expectativa do Deus que está para vir. É a procura d’Ele com o pensamento e o coração. E ela é a presença de Deus percebida pela fé e transformada em existência quotidiana, já que, na oração do Pai Nosso, rezamos: “Venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade assim na terra como nos céus”.

A vinda do reino de Deus é imprevisível, por isso exige de nós vigilância. Não se conhece o dia nem a hora, mas Ele chegará subitamente. Cabe a cada um estar sempre alerta, de atalaia para não ser surpriendido. Tal expectativa significava uma compreensão de Jesus nos moldes do antigo messianismo, na expectativa apocalíptica do Dia de Javé, quando o povo de Israel seria definitivamente salvo. O título de “Filho do Homem”, atribuído a Jesus, na realidade tem o sentido da humanidade em toda sua simplicidade, humildade e fragilidade; assumida em Jesus pela encarnação. Envolvida pelo amor paterno e materno de Deus, a humanidade é filialmente revestida de divindade e eternidade. Deus se faz homem para que o homem se faça Deus. E este mistério se dá na libertação das preocupações da vida submissa aos interesses dos ricos poderosos, na vigilância e na oração contínua, na atenção e no serviço aos excluídos da nossa sociedade, àqueles cujos estômagos estão cheios de lombrigas, aos que morrem de fome e também aqueles que morrem de fartura, aos carentes de vida e amor neste mundo.

Quem dera, os homens e as mulheres do nosso tempo embriagassem os seus corações com a palavra de Deus, vigiando e orando, preparando assim a chegada eminente do “Filho do Homem”. Como seria bom! Mas, porque Deus constitui a cada dia o Kairós, tenho certeza de que o tempo é hoje e a hora é agora de pegar e acender a tua lâmpada, e, com a lamparina, a vasilha para que, se o noivo se demorar, possas acrescentar o azeite ( Mt 25,1-13 ), afim de que quando chegar e bater à porta, possas entrar e com Ele viveres para sempre.

Pai das Misericórdias

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