26 Mar 2013

Um alerta para todos nós

Antes das celebrações da Ceia e da Paixão, a Igreja coloca para todos os cristãos a personalidade de Judas,  o traidor de Jesus, entregando-o aos Seus algozes para, depois, ser preso e morto.

No Evangelho de hoje, Jesus levanta a voz e, dirigindo-se ao seu homem de confiança, diz: “Faça logo o que você tem de fazer”. Essas palavras devem ter soado nos ouvidos e no coração de Judas quase como uma obrigação, e ele saiu correndo, como se tivesse medo e vergonha da própria sombra, porque teve consciência, naquele momento, de que o Mestre sabia de seus planos e de sua traição. No entanto, não voltou atrás. Que pena!

Muita gente quis ver, nesse fato, uma espécie de “predeterminação”, como se Judas tivesse sido escolhido por Deus para ser o protagonista de um ato infame, mas necessário.

Necessário por ser a hora da manifestação plena do amor de Jesus, até o fim, sem recuar diante das ameaças que pairavam sobre Ele. É a plena manifestação de Sua divindade e eternidade.

Voltando ao caso Judas, diríamos que, na realidade, não era necessária sua atitude, pois Jesus podia ter sido descoberto e preso de outro modo. Se Judas, apesar de ser discípulo de Jesus e de ouvir, todos os dias, Seus ensinamentos, chegou a esse ato de traição, é porque tinha tendências e personalidade de traidor, tendências que nascem da ambição, da inveja, do egoísmo, da falsidade e falta de amor. O mais triste é que se tratava de uma pessoa íntima, porque, como disse o evangelista, ele “comia no mesmo prato do Mestre”. O nosso modo de comer difere do modo de comer dos judeus.

Era costume deles colocar, no centro da mesa, bandejas com comida, das quais cada um ia se servindo; em geral, com os dedos, com a mão. Costume que vigora ainda entre muitos povos. Judas pertencia aos amigos íntimos de Jesus. E isso é o que causa mais estranheza e tristeza.

Que essas considerações sirvam de alerta para nós, que pensamos estar livres de uma traição só pelo fato de sermos pessoas da Igreja e de comunhão frequente. Onde não existe amor verdadeiro tudo é possível.

Padre Bantu Mendonça

Pai das Misericórdias

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