03 Mar 2017

Jejum como prática espiritual

O jejum ajuda nosso autodomínio

“Acaso o jejum que prefiro não é outro: quebrar as cadeias injustas, desligar as amarras do jugo, tornar livres os que estão detidos, enfim, romper todo tipo de sujeição?” (Is 58,6).

O jejum é um dos elementos essenciais do tempo da Quaresma, uma prática espiritual essencial e necessária para nossa vida. Há pessoas que não comungam da nossa espiritualidade, outras não creem em Deus, mas praticam jejum, até mesmo para outras finalidades medicinais, mas esse não é o caso.

Estamos falando de jejum quanto elemento espiritual, prática espiritual, quanto à capacidade que podemos ter de domínio sobre nós. Quanto ao jejum, estou dizendo, não é o alimento que manda em mim, mas eu que tenho domínio sobre ele.

Quando eu jejuo, estou dizendo que não é a fome que manda em mim, mas eu posso ter domínio sobre a fome. Se não nos determos nessas práticas, seremos sempre dominados por instintos e vontades, porque os excessos que cometemos – do comer, do beber, da sensualidade e tantas outras coisas – vão escravizando nossa vida.

A função do jejum é nos tornar livres, libertos, para termos autodomínio, autocontrole sobre nós. Por isso o jejum é ligado à oração, e a oração é que alimenta o jejum. Não é simplesmente passar o dia sem comer, ficar emburrado, de cara fia, com dor de cabeça… Esse jejum não agrada a Deus.

O jejum é para ser oferecido a Deus, para O invocarmos sobre nós, a fim de Ele nos ajudar a termos controle  sobre a nossa natureza. Qual é o jejum que agrada a Deus? Não é simplesmente deixar de comer, o importante é que realmente tenhamos um disciplina em relação aos alimentos, é necessário, é sério para a nossa saúde física, psíquica, psicológica e espiritual.

O jejum precisa ser de uma força que nos quebre por dentro, quebre as amarras, as coisas pesadas. Nós, muitas vezes, não conseguimos perdoar alguém; queremos perdoar, mas não conseguimos. Muitas vezes, temos um visão pesadas em relação às pessoas, então, entra a força do jejum, porque ele purifica.

Quando o jejum é bem vivido, sobretudo feito no espírito da oração, da entrega a Deus, ele vai moldando as inclinações interiores. Por isso, um excelente caminho para a nossa vida espiritual, para a nossa mística em relação a Deus, para o nosso autodomínio, autocontrole, é não abrir mão do jejum.

Alguém pode dizer: “Minha vida já é um eterno jejum, eu não como direito!”. Não se trata disso, o caso é equilibrar a alimentação necessária, que é justa; outra coisa é passar o dia tirando uma das refeições, comer menos ou deixar de fazer uma delas, oferecendo como culto espiritual.

Jejum, que não é culto espiritual, é simplesmente uma abstinência de alimentos. Por exemplo: a pessoa vai tirar sangue e fica sem tomar café, passando tantas horas sem comer. Isso é um coisa, mas estou falando de saber que, agora, é hora da refeição e abrir mão dela ou fazê-la de uma forma diferente, para oferecer a Deus e, realmente, dizer ‘não’ à minha natureza.

O jejum não é praticado só nestes dias [Quaresma], pois, muitas vezes, precisamos praticá-lo em épocas da nossa vida, para quebrarmos os jugos dentro de nós, as inclinações negativas, para quebrarmos, de fato, as cadeias injustas que estão dentro do nosso coração. O jejum é um santo, abençoado e doce remédio.

Deus abençoe você!

Pai das Misericórdias

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