11 May 2010

Não estamos sós*

A presença de Cristo na Sua Igreja por meio do Espírito adota as características de uma sentença judicial favorável a Ele. Nela culmina o processo que estava em marcha na vida do Mestre e que continua na existência da Sua comunidade eclesial. Esta encontra-se como que diante um tribunal no foro deste mundo. Mas o Pai revê o processo do qual resultou a condenação de Jesus à morte. Agora sairá reabilitado graças à intervenção do Espírito da verdade, que “deixará convicto o mundo com a prova de um pecado, de uma justiça, de uma condenação. De um pecado, porque não acreditaram em mim; de uma justiça, porque vou para o Pai e não me vereis; de uma condenação, porque o príncipe deste mundo já está condenado”.

O Espírito evidenciará o pecado do mundo, que consiste na incredulidade; deixará claro, além da justiça, o direito e a razão que tinha Jesus a chamar-se Filho de Deus, pois efetivamente o é, como o demonstra a passagem da Morte à Ressurreição do Crucificado como vencedor da morte eterna e da sua causa, o pecado, que é o único poder que tem satanás.

A convicção de que Jesus ressuscitado está vivo e operante na nossa vida pessoal e no coração da comunidade de fé radica no dom do Espírito, que se manifesta na nossa abertura à vida, ao amor, à paz e ao perdão fraterno, Nunca estamos sós na nossa solidão.

O evangelista João, comentando a metáfora de Jesus no Templo, “torrentes de água viva”, afirma: “Dizia isto referindo-se ao Espírito que havia de receber os que haviam acreditado nele. Pois não havia ainda Espírito, porque Jesus ainda não fora glorificado”. Daqui se conclui não só que Cristo ressuscitado é quem outorga o Espírito, mas também que a incumbência deste último é continuar a presença viva de Jesus entre os que creem n’Ele.

Pois bem, o julgamento contestatório e testemunhal, o julgamento da apelação do Espírito, não se realiza sem a colaboração dos crentes, sem o nosso compromisso pessoal e comunitário de fé no meio do mundo. O Espírito consolador é o melhor antídoto contra a tristeza e o medo do coração dos discípulos, isto é, dos crentes de todos os tempos, entre os quais, felizmente, nos contamos também nós.

Padre Pacheco

Comunidade Canção Nova

*Cf. B, CABALLERO. A Palavra de cada dia. p. 239-240. Paulus: 2000.

Pai das Misericórdias

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