26 Dec 2012

Confiantes em Deus, anunciemos a Boa Nova!

Os Evangelhos mostram a Igreja como um barco, no qual Jesus está presente, embora em alguns momentos pareça estar dormindo (Mt 8,23-27). O mar que este barco atravessa é a História, a qual, às vezes, está calmo, outras vezes turbulento e ameaçador. Há quase dois mil anos o barco saiu de seu porto. Não sabemos quando ele chegará ao seu destino, mas temos a certeza de que Jesus nunca o abandonará.

Em Pentecostes, “a Igreja se manifestou publicamente diante da multidão e começou a difusão do Evangelho com a pregação” (Ad Gentes, n. 4).

Pentecostes dos anos 30, todos reunidos: os apóstolos, Maria, parentes de Jesus, algumas mulheres. Um ruído de ventania desce do céu. Línguas de fogo surgiram e se dividiram entre os presentes. Todos ficaram repletos do Espírito de Deus e começaram a falar em outras línguas.

Esta assembleia inicial, esta Igreja, é o princípio. Depois do prodígio das línguas, Pedro dirigiu-se à multidão reunida na praça e fez uma memorável pregação. Muitos se converteram, especialmente judeus vindos da Diáspora. Estes levaram a Boa Nova aos seus locais de origem, o que provocou o surgimento, bem cedo, de comunidades cristãs em Damasco, Antioquia, Alexandria e mesmo em Roma. Alguns helenistas, no entanto, permaneceram em Jerusalém. Para cuidar de suas necessidades materiais, os apóstolos escolheram sete diáconos. Dentre estes estava Estevão, cujo martírio celebramos hoje.

Temos, nesta narrativa de Mateus, um trecho do discurso atribuído a Jesus ao enviar os doze apóstolos em missão. O texto é escrito em estilo literário-apocalíptico. No Evangelho de Marcos, mais primitivo, ele faz parte do discurso escatológico de Jesus ao prenunciar a destruição do Templo de Jerusalém, nas vésperas de Sua Paixão (cf. Mc 13,9-13). De fato, muitos dos primeiros cristãos sofreram perseguições tanto da parte dos judeus como do Império Romano. A alusão à terrível tragédia no seio da família, no texto acima, no seu estilo escatológico-apocalíptico, é uma referência à tradição profética da injustiça universal no fim dos tempos (Mq 7,6).

Após a perseguição e morte de Jesus, o diácono Estevão foi o primeiro dos discípulos a ser martirizado. Embora com uma função subalterna como diácono, ele ousou fazer uma pregação de denúncia do Templo e das tradições do Judaísmo, e foi apedrejado.

O seu grupo foi perseguido e disperso, enquanto os chefes da Igreja de Jerusalém foram poupados.

Estevão era o diácono que mais se destacava. Por sua pregação incisiva, foi detido pelas autoridades judaicas, julgado e apedrejado como blasfemador. Torna-se o primeiro mártir da História da Igreja. Enquanto é assassinado, perdoa os seus perseguidores e entrega, confiante, a sua vida nas mãos de Jesus.

O manto de Estevão foi deixado aos pés de um jovem admirador do ideal farisaico, chamado Saulo. Que ele interceda por nós, a fim de que não tenhamos medo de nada e de ninguém, contando que anunciemos o Evangelho a propósito ou a despropósito.

Padre Bantu Mendonça

Pai das Misericórdias

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