15 Jun 2011

O Pai vê o nosso coração

O homem que quer viver conforme a verdade – conforme Deus – há de procurar, antes de qualquer coisa, ter uma consciência reta, porque é no mais profundo do coração que o ser humano é o que é. Ostentação ou aplausos dos outros se não correspondem ao ser interior, que escapa aos olhares alheios, são pura vaidade e engano. A lei de Cristo não atinge o homem apenas no seu comportamento exterior, como por vezes fazem as leis humanas, mas desce ao mais íntimo do coração deste, porque é aí que está a raiz de tudo o que no homem nasce de bom e de mau. E o único que chega lá é Deus Pai: “teu Pai vê o que fazes no segredo”.

Jesus nos manda fazer a oração interior, sim! Mas não se trata de conceber a oração interior, livre de todas as formas tradicionais, como uma piedade simplesmente subjetiva, e de opô-la à liturgia, que seria a oração objetiva da Igreja.

Muita gente não vai à Missa e diz: “Eu rezo na minha casa”. Outros não se confessam alegando que “se confessam diretamente com Deus”. Quero dizer que quando você vai à Santa Missa, participa do grupo de oração e se confessa é a própria Igreja que reza, porque é o Espírito Santo, que vive nela, que, em cada alma única, “intercede por nós com gemidos inefáveis”. (Rom 8, 26) Essa é, justamente, a verdadeira oração, porque “ninguém pode dizer ‘Jesus é o Senhor’ senão por influência do Espírito Santo”. (1Cor 12,3)

Ir à Missa, fazer uma oração no interior do quarto – que é o próprio coração – é um ato de caridade para com você mesmo. É uma oferta feita a você e ao seu próximo.

O que seria a oração da Igreja se não fosse a oferenda daqueles que, ardendo com grande amor, se entregam ao Deus, que é amor?

O dom de si a Deus por amor e sem limites e o dom divino que se recebe em troca, a união plena e constante, são a mais alta elevação do coração que nos é acessível, o mais alto grau da oração. As almas que o atingiram são, na verdade, o coração da Igreja. Nelas vive o amor de Jesus, Sumo-sacerdote. “Escondidas com Cristo em Deus” (cf. Col 3,3), não podem deixar de fazer irradiar para outros corações o amor divino de que estão cheias, concorrendo assim para o cumprimento da unidade perfeita de todos em Deus, como era e continua a ser o grande desejo de Jesus.

Todos sabemos que somos também pecadores e, a fim de recebermos o perdão pelos nossos pecados, deve alegrar-nos o fato de termos a quem perdoar. Assim, quando dissermos, seguindo o ensinamento do Senhor: “Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido” (Mt 6, 11), podemos estar seguros de obter a misericórdia de Deus.

Padre Bantu Mendonça

Pai das Misericórdias

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