15 Sep 2010

As dores de Maria são decorrência do amor

Hoje celebramos, com toda a Igreja, a memória – de forma festiva para cada um de nós – de Nossa Senhora das Dores. Logo vem ao nosso coração, pelo fato do título atribuído à Nossa Senhora – Mãe das Dores – de que estamos celebrando e lembrando as dores da Santíssima Virgem Maria. Não, não é isso!

A alma desta celebração acerca de Nossa Senhora das Dores é o amor que Maria viveu por seu Filho, pela vontade de Deus em sua vida, até as últimas consequências. A Mãe das Dores é o modelo do amor vivido; quem ama, sentirá – mais cedo ou mais tarde – como que uma espada traspassando o seu coração, a exemplo de Nossa Senhora. Nos convençamos de uma coisa, meus irmãos e minhas irmãs: quem não quer sofrer, não ame; mas tenha certeza de uma coisa: não vai viver, ou seja, vai vegetar. Para dizer que, quem ama sofre, pois o amor começa quando começa a doer a carne.

O amor de verdade sempre nos levará a fazer muitas coisas – a grande maioria delas – que não gostamos, ou não gostaríamos. Explico: muitas e muitas vezes, somos chamados a tomar certas posturas na vida, certas decisões, que – humanamente – não gostaríamos de tomá-las, mas o fazemos porque amamos.  A Santíssima Virgem teve de ir para o Egito, a fim de salvar o Menino Jesus; da mesma forma, ela teve que estar aos pés da Cruz; assim como teve de escutar a profecia de Simeão e guardar tais palavras no coração e meditá-las; Maria teve de voltar um dia de caminhada para o templo de Jerusalém, para procurar Jesus que se “perdera”.

Nossa Senhora, seguramente, não gostaria de ter passado por cada uma dessas dores, mas resolve assumir a vontade de Deus, por amor, pois amor é decisão, é maturidade. Aliás, o termômetro da maturidade é a responsabilidade, ou seja, a pessoa madura não faz o que gosta – fundamentalmente – mas o que deve; se isso é gostoso – sentimentalmente falando – isso é outra coisa.

Virgem Maria é esta mulher madura, equilibrada, atenciosa à vontade de Deus, reservada às coisas de Deus para descobrir qual à Sua vontade em sua vida e através da sua vida. Porque tudo isso é o exemplo de pessoa que optou pelo amor; porque amou, sofreu, mas este sofrimento não teve a última palavra em sua vida; porque amou, viveu inteiramente para o amor.

Depois do evento Cristo – Encarnação, Paixão, Morte e Ressurreição – o pecado e a morte não possuem mais a última palavra em nossa vida, ou seja, depois do evento Cristo, a morte mudou de nome: viver para si mesmo, para si mesma. Esta sim é uma pessoa que sofrerá de verdade: aquela que resolve viver para si mesma.

Então, o que significa celebrar Nossa Senhora das Dores? Significa celebrar não as dores de Maria, mas o amor que ela resolveu viver por decisão. Ela ama à medida que resolve viver para os outros; à medida que resolve guardar todas as coisas em seu coração; em que resolve fazer unicamente a vontade de Deus.  Por tudo isso – por causa do amor – repito: sofre as dores de quem ama. Mas estas dores não são o fim, mas meio para a verdadeira felicidade.

Quais são as nossas dores para que possamos uni-las às dores da Santíssima Virgem Maria? O que eu tenho aprendido com estas dores? Este sofrimento me levou a ser uma pessoa melhor? Pois se não me levou a isso, devo prepara o meu “couro”: vou sofrer muito mais! Não fiquemos nas dores, mas contemplemos o que o Senhor quer fazer em nós através delas; aprendamos, com Maria, a olhar não para as dores, para os sofrimentos, mas através das dores, através dos sofrimentos.

Padre Pacheco

Comunidade Canção Nova

Pai das Misericórdias

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