21 Mar 2013

Aquele que cumpre a palavra de Jesus, nunca verá a morte

A origem e o destino de Jesus foram motivos de controvérsia com os judeus. Por um lado, o Mestre proclamava: “Se alguém guarda a minha palavra, jamais verá a morte”. Por outro, afirmava: “Antes que Abraão existisse, Eu sou”.

Seus adversários raciocinavam de maneira aparentemente lógica. Os personagens mais veneráveis do povo, como Abraão e os profetas, morreram. Acreditava-se na volta do profeta Elias, que fora arrebatado ao céu numa carruagem de fogo. Não se tinha, porém, notícia de alguém que não iria experimentar a morte. Com Jesus, não haveria de ser diferente. Quanto à sua origem, era suficiente considerar sua idade bastante jovem – “Ainda não tens cinquenta anos” – para se dar conta da falsidade de sua afirmação.

Este modo de pensar estava em total descompasso com a real intenção de Jesus. Referindo-se à morte, pensava em algo muito mais radical que a pura morte física. Suas palavras abririam caminho para a vida eterna, na comunhão plena com o Pai, para além das vicissitudes desta vida terrena. Ao referir-se à sua origem, não estava pensando no seu nascimento carnal, historicamente determinável, e sim na sua vida prévia, no seio do Pai. Neste sentido, pode-se dizer anterior ao patriarca Abraão, por possuir uma existência eterna.

Os inimigos de Jesus eram demasiados terrenos para compreender esta linguagem.

Neste texto, temos a conclusão do tenso e longo diálogo de Jesus com os judeus em Jerusalém, por ocasião da festa das Tendas. Jesus mostra-se acolhedor e reafirma o dom da vida eterna, já: “Se alguém cumprir a minha palavra, nunca verá a morte”. Contudo, os judeus permanecem firmes em sua rejeição a Jesus, procurando apedrejá-lo.

Jesus, que cumpre a palavra do Pai, já vive a eternidade. Pois “antes que Abraão existisse, Eu sou”, disse Jesus àquele povo e continua dizendo o mesmo hoje. Quando estas palavras encontrarem espaço em nossos corações, então significa que viveremos em comunhão eterna com Jesus e com o Pai ao cumprirmos sua palavra, no despojamento e na partilha, na mansidão, na acolhida ao irmão, na prática da misericórdia e da justiça que liberta e promove a vida.

Padre Bantu Mendonça

Pai das Misericórdias

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