29 May 2010

A autoridade de Jesus*

Em repedidas ocasiões, especialmente na conclusão dos discursos de Jesus, os evangelistas constatam que a multidão gostava do Senhor e ficava espantada com os Seus ensinamentos e o modo de os expressar “porque falava com autoridade e não como os seus escribas”, que repetiam fórmulas feitas e tradições complicadas e envelhecidas. Assim se expressava Cristo no Sermão na Montanha. Por alguma coisa Ele era a Palavra de Deus em voz humana, à qual temos de nos remeter sempre.

A Palavra de Jesus era alegre e libertadora, novidade que introduzia na salvação do  Reino de Deus; não como faziam os rabinos e os mestres judeus do Seu tempo. Estes interrogam Cristo no plano jurídico sobre a origem da Sua autoridade. A sua pergunta não significava simplicidade de coração e disposição firme para crer, mas atitude crítica e fingimento de espírito. Se não queriam ver a evidência das obras, milagres e ensinos de Nosso Senhor Jesus Cristo, também não admitiriam a explicação do Messias sobre a origem divina da Sua autoridade.

Pela estúpida alegação dos interlocutores de Jesus optamos nós também cada vez que não permitimos a Deus entrar na nossa vida, nos fazemos surdos à sua voz ou queremos apresentar nós as perguntas. Não falta hoje em dia quem também questione autoridade de Cristo, do seu evangelho e da Igreja que o transmite e interpreta. Não é que Deus nos peça uma anuência servil, boba e infantil. Mas essa anuência deve ser sempre acompanhada de uma abertura humilde à verdade de Deus e ao seu amor salvador, desmontando as nossas faltas certezas e a auto-suficiência religiosa, aceitando a sua revelação e a sua palavra, assumindo a necessidade de nos convertermos , amando os irmãos, especialmente os últimos, como fez Cristo, e, definitivamente, acreditando nele e em Deus Pai.

Só uma fé humilde pode ver Deus através do véu da humanidade de Cristo, através da sua palavra e nos irmãos mais pobres, assim como a sua presença na Eucaristia sob as espécies sacramentais do pão e do vinho. Com toda a certeza, o dom da fé não o conseguem os auto-suficientes nem os sofisticados racionalistas, mas os homens e mulheres de boa vontade que respondem com simplicidade à poderosa ação de Deus, presente entre nós sob aparências humildes e, inclusivamente, desprezíveis às vezes.

Por isso, com certa ocasião, cheio da alegria do Espírito Santo, Jesus exclamou: Dou-te graças, paim Senhor do céu e da terra, porque escondestes estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos.

Padre Pacheco,

Comunidade Canção Nova.

*Cf. B, CABALLERO. A Palavra de cada dia; p. 357-358. Paulus: 2000.

Pai das Misericórdias

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