12 Apr 2022

Você é chamado a ser o discípulo muito amado de Jesus!

“Naquele tempo, estando à mesa com seus discípulos, Jesus ficou profundamente comovido e testemunhou: “Em verdade, em verdade vos digo, um de vós me entregará”. Desconcertados, os discípulos olhavam uns para os outros, pois não sabiam de quem Jesus estava falando” (João 13,21-22).

Vejam, meus irmãos e minhas irmãs, o gesto de Jesus na ceia com os seus discípulos, mas um gesto interior que, depois, vem para o exterior. Diz a Palavra que Jesus ficou profundamente comovido.

Quem é que gosta de ser traído? Ninguém! Ninguém gosta de ser colocado para trás. E Jesus, na sua humanidade — porque Jesus é 100% Deus, mas também 100% homem—, sente a dor de ser traído. O gesto de Judas Iscariotes toca profundamente a Jesus porque Ele traiu a confiança d’Ele. Judas tocou nesse ponto da confiança. E aqui nós vemos que foi uma dupla traição, porque, em primeiro lugar, Judas desconsiderou Jesus; Judas traiu a confiança de Jesus; mas, por um outro lado, Judas acabou colocando Jesus em risco; colocando Jesus nas mãos daquelas pessoas que, depois, O mataram. Judas, na verdade, matou a Jesus duas vezes. E nós sabemos como é a dor de uma traição. Como é terrível quando alguém experimenta uma traição! 

Somos chamados a viver a experiência de João, o discípulo amado, que está ao lado do seu Senhor até às últimas consequências

E, hoje, ao contemplar essa Palavra, talvez, você, que esteja escutando a essa homilia, esteja passando por uma situação assim: uma traição na família; no casamento; numa amizade; num relacionamento. E, hoje, você precisa mergulhar o seu coração no coração de Cristo, que experimentou profundamente a dor da traição. Nós diríamos que esse foi o primeiro golpe da Paixão de Jesus; uma ferida na sua relação de amizade com Judas, porque Jesus queria muito bem a Judas, assim como a todos os discípulos, então, foi o primeiro golpe.

Agora, entre os discípulos — para nós, hoje, é muito fácil dizer: “Foi Judas o traidor”—, mas os discípulos, diz a Palavra, começaram a olhar uns para os outros; eles começaram a se examinarem. E é bom que nós façamos esse gesto; é bom que nós olhemos para dentro do nosso coração e enxerguemos também as nossas traições a Jesus; as nossas infidelidades ao Nosso Senhor. A Semana Santa não pode ser teatral; ela tem de ser vivencial; e esse mistério precisa tocar a minha e a sua vida para um bom exame de consciência.

Nesta Última Ceia de Jesus, com os seus discípulos, ao lado da figura de Judas, aparece a figura de João, o discípulo amado. Aquele que estava encostado no peito de Jesus, na Última Ceia. Que privilégio João teve! O privilégio de escutar as batidas do coração de Jesus; escutar as batidas do coração do Redentor! E isso fala muito para nós, pois João não era um privilegiado só porque poderia ter informações privilegiadas; poderia saber quem era o traidor; não é isso! O mais importante é que nós nos coloquemos no lugar de João.

Nós não somos chamados a viver a experiência de Judas; somos chamados a viver a experiência de João, o discípulo amado, que está ao lado do seu Senhor até às últimas consequências. João estava ali porque precisava amar mais; precisava consolar o coração de Jesus; precisava ser um bálsamo; um refrigério para o coração ferido de Jesus. E nós somos chamados a isso, essa é a nossa vocação! 

Sobre todos vós, a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. 

Amém!

 

             

Pai das Misericórdias

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