13 Sep 2011

O Deus compassivo enxugará as suas lágrimas

O texto de hoje é caraterizado pela compaixão, pois tudo nasce de um sentimento espontâneo de Jesus como homem, mas também como Senhor da vida. Ele é o Senhor que tem compaixão dos órfãos e faz justiça às viúvas. E, de repente, Jesus levanta a voz para a viúva e diz: “Não chores!”

O Autor da vida usa o verbo no presente do imperativo para dizer que ela deve parar de chorar, uma vez que não mais vai existir motivo para esse lamento e dor. Quem tem Jesus, deixa de sofrer a morte. E os sofrimentos do tempo presente não têm nada a ver com a glória que há de se revelar no final dos tempos, quando “tudo se consumar em todos”, dirá São Paulo.

Portanto, trata-se de uma palavra de consolação, que prepara uma intervenção, que evitará a causa do pranto. E então, tendo-se adiantado, tocou o caixão. Os portadores, param e Ele diz: “Jovem, a ti digo: levanta-te! E ergueu-se o morto, que começou a falar. E Jesus o entregou a sua mãe.

A ordem de Cristo é imperiosa e contundente. O verbo é imperativo passivo, que podemos traduzir por impessoal ou reflexivo. Jesus é o Senhor dos mortos e estes Lhe obedecem assim como as forças da natureza. “Quem é este a quem os ventos e o mar obedecem?” O morto ergueu-se. E começou a falar. O alento da vida se expressa de novo por meio da fala.

Jesus Cristo tomou o jovem pela mão e o levou até a mãe que não podia acreditar no que seus olhos estavam vendo. No ato há uma reminiscência da atitude de Elias quando, ressuscitado o filho, desceu até o andar térreo para entregá-lo a sua mãe viúva. Além de ser o Senhor dos mortos, Jesus atua como uma cópia de Elias, o antigo profeta, restaurador do verdadeiro culto divino a Javé entre os israelitas. Por isso, a exclamação dos presentes: “Um grande profeta há surgido! Deus visitou seu povo!” E a Sua fama se espalhava por toda a parte.

Num mundo como o atual, em que a ausência do Deus criador entrega ao homem o direito de sua vida e até a faculdade sobre outras vidas sob seu domínio – como no caso dos fetos maternos – é bom refletir sobre esse milagre do Messias. A vida depende de quem a pode dar, não de quem a quer tirar.

Destruir é fácil! Porém, isso não implica direito, mas força; não implica justiça, mas violência. O verdadeiro poder tem como base a construção e o bem, a saúde e a cura. O médico cura, o criminoso mata: aí está a diferença.

Jamais Jesus destruiu um inimigo ou ameaçou um rival. Quem soube recriminar discípulos que queriam botar fogo sobre os que não queriam hospedá-los (cf. Lc 9,54), chorou sobre Jerusalém, prevendo a destruição (cf. Lc 19,41) e advertiu as mulheres que O compadeciam da sina fatal de seus filhos (cf. Lc 23,28), sempre usou Seu poder e Sua autoridade para fazer o bem (cf. At 10,38). Usou Sua autoridade moral para pedir perdão aos inimigos e fazer o bem aos perseguidores (cf. Lc 6,27).

Deriva-se desta conduta uma teologia que tem como base a revolução e a luta pela justiça, que considera inimigos e opressores os mais favorecidos e oprimidos e com direito à retaliação os mais desprotegidos?

No episódio de hoje, vemos como Jesus atua sem ser solicitado, unicamente pela Sua compaixão, como ser humano. Ter piedade dos que sofrem é um exercício aprovado pela atuação d’Ele até tal ponto que opera um milagre com poderes fora do comum. Oxalá esta seja a nossa atitude diante de nossos irmãos!

Padre Bantu Mendonça

Pai das Misericórdias

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