27 Sep 2020

Mudar de opinião é a capacidade de rever os próprios conceitos

“Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, ele disse: ‘Filho, vai trabalhar hoje na vinha!’ O filho respondeu: ‘Não quero’. Mas depois mudou de opinião e foi” (Mateus 21,28-29).

Quando olhamos o Evangelho de hoje, com certeza ele é muito provocativo a todos nós, mas ele é provocação para a nossa acomodação e, sobretudo, para as aparências que, muitas vezes, demonstramos ter e fazer em todas as realidades da vida.

Aparentemente, todo mundo é bom, todo mundo é disposto, santo e evangélico, no sentido de viver o Evangelho. Aparentemente, dizemos sim para todo mundo ou até para as coisas cotidianas da vida, alguém me pede um favor: “Pode deixar! Conta comigo” ou “Vai lá em casa” e respondemos: “Logo, logo estarei indo lá”. Temos muito daquela coisa de “dizer com a boca e fazer pouco com o coração e com a verdade”.

Primeiro, porque não refletimos sobre aquilo que falamos, gostamos da boa aparência, gostamos de manter as coisas na aparência. Então, falamos bem das coisas de Deus, pregamos, anunciamos, exaltamos, mas, na hora de fazer mesmo, nem sempre corresponde. É aquilo que chamamos de incoerência entre o que se fala e o que se faz, entre o que se propõe e o que se pratica.

Mudar de opinião significa reflexão, capacidade de rever os próprios conceitos e direção

O segundo filho foi coerente no sentido de que ele deixou mudar os seus próprios conceitos e sua visão. Quando ele foi chamado pelo pai, ele respondeu que não queria ir, era a sinceridade do seu coração, mas, depois, mudou de opinião e foi.

Mudar de opinião não significa fraqueza, mudar de opinião significa reflexão, capacidade de rever os próprios conceitos e direção, o que nós, muitas vezes, não fazemos e, por isso, vivemos todas as incoerências da vida. Temos até opiniões erradas sobre muitas coisas, mas preferimos manter naquela dureza nossa: “Foi o que eu falei”. “Foi o que eu pensei”. “Foi o que eu achei”. Ficamos naquela dureza e não mudamos.

Você foi grosso com alguém, então, você prefere ficar justificando a sua grosseria do que mudar de opinião e admitir. Por mais que você tenha razão e precise dizer: “Realmente, eu fui sem educação. Fui grosso. Fui orgulhoso e soberbo”. Você prefere justificar toda a sua agressão, mas não muda de opinião e, por isso, não vivemos a conversão porque estamos sempre justificando as nossas situações e ficando nelas.

O convertido de verdade é aquele que é capaz de rever seus conceitos, suas opiniões; é aquele que é capaz de dizer: “Olha, ontem eu disse assim, mas eu sentei, refleti, pensei, meditei e deixei que a graça de Deus falasse mais alto do que meus próprios conceitos e opiniões”. Esse é um convertido, e o que mais precisamos é nos convertermos de verdade.

Deus abençoe você!

Pai das Misericórdias

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