25 Oct 2010

Curados para o seguimento

Jesus, diante dos grande número da multidão incontável, fica preocupado. Ele descreve os seus discípulos – também cada um de nós – como “um pequeno rebanho”(Lc 12,32), como um “pouco de sal” (Mt 5,13), ou de “fermento” (Mt 13,33), como um “grão de mostarda” (Mt 13,31). Não deve causar surpresa, no entanto, se Ele fica admirado por ver que há muita gente que o acompanha. Com certeza, Jesus Cristo pensa: não entenderam nada acerca do seguimento ou eu não me expressei bem.

Esta verdade deve nos levar a perguntar, principalmente a nós mesmos, o que leva tantos a buscarem a cura em Jesus? É o desejo de, sendo curadas, poder segui-Lo? Qual é a motivação principal para a cura? É o seu seguimento? O que é seguir Jesus (realidade fundante para que a cura aconteça)?

Muitos seguem não a Jesus, mas aquilo que Ele pode vir a dar: saúde, prosperidade, bom emprego, sucesso, fama, status… Quanto àquilo que Jesus pode dar há muitos seguidores; quanto ao fato de seguir a Ele e sua conseqüências, poucos O fazem.

Jesus é taxativo: “Se alguém vem a mim, mas não odeia seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos, sua irma e até sua própria vida, não pode ser meu discípulo”. Diante de tamanha exigência, ainda podemos afirmar que grande é a multidão que se diz católico, que é, verdadeiramente, discípulo de Jesus? Ah, meus irmãos, não subestimemos nossa inteligência!

A pergunta que não quer calar para este dia é esta: o que nos motiva para o seguimento de Jesus Cristo? É Jesus ou o interesse que tenho por Ele, por aquilo que Ele pode me proporcionar? O discípulo de verdade é aquele que segue o Mestre; não o que Ele pode oferecer. Este é mercenário! Há poucos discípulos e muitos mercenários – aqueles que só fazem algo por interesse e não por amor.

Que palavra tão forte esta! Odiar aqueles que nós amamos. O que Jesus quer dizer por odiar, quando devemos, segundo Ele próprio, amar principalmente nossos inimigos? Odiar, neste contexto, significa romper até os laços mais íntimos, quando estes constituem um impedimento para o amor.

Quantas pessoas se dizem discípulas e discípulos de Jesus, mas ainda continuam apegadas às pessoas, aos interesses, cargos e às suas próprias vontades.

Por isso, antes de nos colocarmos no seguimento de Jesus, perguntemo-nos acerca das nossas motivações, ou seja, façamos os cálculos como falou Cristo na parábola. Quantas desistências no meio do caminho; será causa de Jesus ter chamado de forma enganosa? Será que eu escutei mal? Não, Jesus não se enganou e você não escutou mal. O problema foi a falta de cálculo, ou seja, a decisão de romper com tudo aquilo que coloca Deus em segundo plano, pondo em primeiro lugar as pessoas que amamos, nossa própria vida e os bens matérias.

Quando colocamos tudo isso à frente do Senhor no seguimento, tudo está fadado ao fracasso e o demônio será o primeiro a jogar na nossa cara e na cara de Deus o nosso fracasso. Agora, quando dou o meu “sim”, pondo Jesus e Sua vontade como centro, tudo dará certo; isso não quer dizer que não teremos cruzes, sofrimentos e dificuldades; aliás, quem não quer sofrer, não deve seguir Jesus, pois segui-Lo é o maior ato de amor que existe, e amar dói; o amor começa quando doe a carne. Não existe amor sem dor; não quer sofrer, não ame!

Padre Pacheco

Comunidade Canção Nova

Pai das Misericórdias

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