26 Jun 2022

Aprenda a respeitar a liberdade do próximo

“Naquele tempo, os discípulos puseram-se a caminho e entraram num povoado de samaritanos, para preparar hospedagem para Jesus. Mas os samaritanos não o receberam, pois Jesus dava a impressão de que ia a Jerusalém. Vendo isso, os discípulos Tiago e João disseram: ‘Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para destruí-los?’ Jesus, porém, voltou-se e repreendeu-os. E partiram para outro povoado” (Lucas 9,53-56).

Que Palavra forte! Hoje, domingo, dia do Senhor… Palavra que nos fala sobre o coração desses discípulos tão amorosos, tão carinhosos, tão cheios de misericórdia e compaixão, que pediram a Jesus, se fosse necessário, descer fogo do Céu para destruir os samaritanos.

Só para você se situar, os samaritanos e os judeus não se davam, por isso, Jesus dava a impressão de que ia para Jerusalém e os samaritanos sabiam. Jerusalém era, justamente, naquele momento, a sede, o lugar do templo, da espiritualidade judaica. Então, existia essa rixa entre judeus e samaritanos.

Mas vamos falar da liberdade. Que palavra difícil: a liberdade. Difícil exercitar a liberdade, mais difícil é respeitar a liberdade dos outros, respeitar a capacidade e a possibilidade que o outro tem de escolher de uma maneira diferente da minha.

Exercitemos a nossa liberdade e aprendamos a respeitar a liberdade dos outros

Fé e violência não combinam, nunca combinaram. É uma coisa incompatível você querer ajustar a fé com a violência, com a opressão. Até as experiências mais verdadeiras da nossa vida, até as experiências mais belas da sua vida não podem ser jamais impostas a ninguém, por mais preciosas que sejam — “Nossa, é um valor do Evangelho?”. Nada disso, jamais pode ser imposto para ninguém, são experiências suas, são realidades suas. E que elas te façam melhor, que elas te façam uma pessoa melhor, mas você precisa ser tolerante com aquilo que o outro também tem capacidade de escolher e quer escolher.

Crer e seguir Jesus é um aprendizado, porque nós aprendemos a respeitar a liberdade dos outros, aprendemos sobre o tempo do outro quando esse vai fazer a experiência dele com Deus, a conversão. Aprendemos até mesmo a indiferença dos outros.

Vejam, eles trataram Jesus mal e não quiseram recebê-Lo. Jesus não saiu gritando, Ele não saiu condenando ninguém; Ele foi para outro povoado, respeitou a decisão daquelas pessoas. Então, peçamos a Jesus a graça de aprender, até mesmo, a indiferença das pessoas, a capacidade que as pessoas têm de não acolherem a mensagem do Evangelho. Podemos e devemos apenas propor às pessoas o anúncio do Evangelho, mas jamais impor.

Muito cuidado com o fundamentalismo de achar que nós somos detentores da verdade e oprimirmos as pessoas com os nossos discursos de ódio, discursos de separação. Numa realidade onde nós vivemos tanta polarização, nós, cristãos, não podemos compactuar com isso. Vamos aprender do nosso Mestre e Senhor que respeitou até mesmo a indiferença que Ele recebeu por parte dos samaritanos.

Que o nosso coração se alargue, que exercitemos a nossa liberdade e aprendamos a respeitar a liberdade dos outros.

Sobre todos vós, desça a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém! 

Pai das Misericórdias

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