31 Aug 2011

Peçamos a graça do ardor missionário

Jesus se decide a abandonar a sinagoga. Por que razão não se diz. Mas, pelo que se pode entender, Ele quer transformar e fazer do ambiente familiar, simbolizado pela casa da sogra de Simão, num lugar de oração, de cura e libertação. Quer transformar o lar num lugar de paz e justiça, de amor e partilha, de alegria e sucessos, de misericórda e perdão.

Jesus faz do ambiente familiar um lugar de saúde e vida. Portanto, a casa, o lar, a família é o lugar privilegiado para se construir nossa sociedade. Assim, numa sociedade como a nossa, Cristo chama o casal cristão a ser estrutura sustentadora de uma família capaz de encontrar relações novas, não ditadas pela carne e pelo sangue, mas pela vida nova que Cristo confere pelo batismo. Isso reduz o egoísmo e faz com que cresça a caridade – dom do Espírito – e se realize a Igreja doméstica.

Jesus toma conhecimento da doença que afeta os casais. “Aí ele foi, parou ao lado da cama dela e deu uma ordem à febre”. Este gesto apela primeiro pelo zelo apostólico d’Ele e, também, chama-nos a visitar, entrar e abeirar-nos dos leitos de muitos homens e mulheres que estão doentes e deitados sem forças para levantar a cabeça, o corpo e servir aos seus como deveriam fazê-lo.

Veja que na casa a mulher – personificada na sogra de Simão – é valorizada na sua prática do serviço, que é a característica fundamental do Reino de Deus. Um outro pormenor a considerar é que a cena narrada se passa num sábado, dia do culto na sinagoga. Neste dia todo trabalho cessava e só era permitido caminhar-se uma curta distância.

Ao pôr do sol termina o dia do sábado, começando o primeiro dia da semana. É a introdução do domingo, o dia por excelência para nós cristãos. O povo, liberado das restrições legais prefiguradas pelo sábado legal que, em vez de salvar, condenava, acorre a Jesus, que os curava e libertava.

Neste trabalho é preciso que a comunidade e os evangelizadores saibam que estão a serviço de Deus e não em busca de privilégios ou poder. Que a comunidade tenha as portas abertas para todos. O meu e o seu serviço é levar todos os enfermos, quer os da família de sangue quer não: “todos os que tinham amigos enfermos, com várias doenças, os levaram a Jesus. Ele pôs as suas mãos sobre cada um deles e os curou”.

A você me dirijo recordando que, como servo do Senhor, você é enviado para anunciar a Palavra de modo que, trazendo todos os enfermos – quer corporais quer espirituais – eles possam ser curados e compreendam a Deus na pessoa de Seu Filho, Jesus Cristo, que acolhe, liberta, perdoa e anuncia a verdade do Reino, a vida eterna.

Esta missão do Filho de Deus nos compromete e interpela-nos a sermos aqueles que, acolhendo a maus e bons, tornam-se a mão, a braço, a boca, o coração e a mente de Cristo, convertendo-nos em discípulos e missionários do Mestre para que o mundo conheça a verdade e, conhecendo a verdade, possa se salvar. Peçamos hoje a Deus o ardor missionário.

Padre Bantu Mendonça

Pai das Misericórdias

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