09 Dec 2010

O Reino de Deus é dos violentos

Jesus é taxativo ao dizer que o Reino de Deus é dos violentos. Violentos aqui não são os que fazem violência contra os outros, mas os que se violentam para não deixar reinar sua própria vontade em suas vidas; somente a vontade de Deus. Quando chegará o Reino de Deus? Onde está o Reino do Senhor? Como diz a Palavra em outro lugar ainda: Com o que podemos comparar o Reino de Deus? Com um grão de mostarda, com o fermento… Com o que mais podemos compará-lo? “Não tenhais medo, pequenino rebanho, pois foi do agrado do Pai dar-vos o Reino” (Lc 12,32). Estas palavras de Jesus tocam profundamente o nosso coração, pois manifestam a mais profunda misericórdia e o amor de Deus por cada um de nós. Mas para que possamos mergulhar no Evangelho deste dia, é cabível respondermos a uma pergunta fundamental: o que é do agrado do Pai dar a cada um de nós? O Reino é um lugar? O Reino dos céus nada mais é do que a adesão a Jesus Cristo e à solidariedade e fraternidade para com os nossos irmãos.

O Senhor manda que vendamos os nossos bens na perspectiva do Reino. Como devemos entender isso? De forma que quem adere ao senhorio de Jesus Cristo em sua vida passa a ter, como única propriedade e riqueza, o próprio Senhor. Isso não quer dizer ausência de bens materiais; pelo contrário, pois dependemos deles para viver e devemos viver bem, com a maior dignidade possível.

Entretanto, estes bens não podem ser senhores da nossa vida, porque nossa principal propriedade e riqueza deve ser o Senhor e a Sua vontade.

Adesão a Jesus Cristo significa voltar toda a nossa alma e coração para Deus, vivendo uma profunda experiência de amor com o Amado. Enquanto Igreja, somos esta esposa que aguarda o Esposo chegar; e para isso, precisamos estar atentos, preparados, com as lâmpadas acesas, como nos ensinam as Sagradas Escrituras. Que lâmpadas são essas? São as lâmpadas da virtude e dos valores. Não existe esposa nem noiva sem o seu amado. O Amado é Cristo; e a Esposa é a Igreja.

O Reino também é solidariedade e fraternidade com os nossos irmãos, ou seja, para dizer que o amor não é sentimento – passa, ou não, pelos sentimentos – mas, acima de tudo, é decisão. Não amo por sentir vontade, mas por decisão livre. As lâmpadas acesas esperando o Noivo significam que o nosso amor precisa estar abrasado, aceso, atento para receber o Amado que chega a qualquer momento, desfigurado na pessoa de cada necessitado. Aí somos chamados a viver as obras de misericórdia, ou seja, solidariedade e fraternidade com os nossos irmãos.

“Onde está o nosso tesouro, aí está o nosso coração” (Mt 6,21). Onde se encontra o nosso coração? O nosso tesouro é o Reino, ou seja, aderimos ao senhorio de Jesus na nossa vida vivendo uma profunda intimidade com Ele, vivendo na Sua vontade. Ou o senhor da minha vida continua sendo eu e minha vontade? E quanto às obras de misericórdia – vivendo uma solidariedade e fraternidade com os nossos irmãos, como fruto do amor e não de uma simples filantropia – como se encontra esta realidade em minha vida? A fé sem obras é morta!

Que o Senhor converta o nosso coração e que o nosso tesouro seja o Reino de Deus, pois a qualquer momento o Esposo chegará. Para que eu não tenha surpresas, preciso viver a vocação principal para a qual fui chamado: ser Esposa, ou seja, ser Igreja.

Padre Pacheco

Comunidade Canção Nova

Pai das Misericórdias

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