27 Dec 2010

O discípulo a quem Jesus amava

São João Evangelista ou Apóstolo João foi um dos doze apóstolos de Jesus e, além do Evangelho, também escreveu três epístolas (1, 2, e 3) e o Livro do Apocalipse.

João seria o mais novo dos 12 discípulos; tinha, provavelmente, cerca de vinte e quatro anos de existência na época de ser chamado por Jesus. Consta que seria solteiro e vivia com os pais em Betsaida. Era pescador de profissão – consertava as redes de pesca. Trabalhava junto com seu irmão Tiago e em provável sociedade com André e Pedro.

As heranças deixadas nos escritos de João demonstram uma personalidade extraordinária. De acordo com as descrições, ele seria imaginativo nas suas comparações, pensativo e introspectivo em suas dissertações e pouco falador como discípulo. É notório o seu amadurecimento na fé através da evolução da sua escrita.

Segundo os registros do Novo Testamento, João foi o apóstolo que seguiu com Jesus na noite em que Ele foi preso. O apóstolo foi corajoso a ponto de acompanhar o seu Mestre até a morte na cruz.

Em seu Evangelho, encontramos seis cenas em que aparece um discípulo anônimo. Algumas vezes, ele é caracterizado como “o discípulo amado” ou como “o discípulo a quem Jesus amava”. Assim se dá no encontro com Jesus, junto a João Batista; na última ceia; na condução de Jesus preso ao pátio do sumo-sacerdote; junto à cruz com Maria; nesta narrativa de hoje, do encontro do túmulo vazio e na pesca milagrosa com o Ressuscitado no mar da Galileia. A tradição identificou-o com João, irmão de Tiago, cujo nome não aparece neste Evangelho, e que seria o seu próprio autor. No encontro do túmulo vazio, enquanto Maria Madalena e Pedro ficam perplexos, este discípulo destaca-se por crer na presença viva de Jesus sem vê-Lo. Sem necessidade de aparições do Cristo Ressuscitado, o discípulo tem uma fé penetrante que reconhece a eternidade de Jesus em Sua humanidade a partir da experiência que teve ao conviver com o Mestre e ao ver testemunho d’Ele de amor.

A história conta que João esteve presente e ao lado de Jesus até a última hora. A ele foi entregue a missão de tomar conta de Maria, a Mãe de Cristo. O Senhor, como Filho único de Maria, tinha a responsabilidade de cuidar da Mãe após a morte do pai José (quanto aos supostos “irmãos” de Jesus designados nos evangelhos, os linguistas e historiadores sérios atestam que, em aramaico, antigo idioma utilizado por Jesus, as palavras que designavam irmãos eram utilizadas indistintamente para primos e outros parentes). Jesus poderia, é claro, ter passado esta incumbência para algum de Seus supostos irmãos se Ele realmente os tivesse, mas a entregou aos cuidados de Seu melhor amigo, João (sendo tal argumento mais uma prova consistente de que Jesus não teve irmãos carnais).

Depois da morte e martírio de Tiago, João teria partido para a Ásia Menor, onde dirigiu a importante e influente comunidade cristã de Éfeso, fundada pelo apóstolo Paulo anos antes. João esteve várias vezes na prisão, foi torturado e exilado na Ilha de Patmos, onde teria escrito o Apocalipse, por um período de cerca de quatro anos, até que o cruel imperador Domiciano fosse assassinado e o manso imperador Nerva chegasse ao poder em Roma.

De todos os doze apóstolos, João Zebedeu finalmente tornou-se o mais destacado teólogo. Ele morreu de morte natural, em Éfeso, no ano 103 d.C., quando tinha 94 anos.

Que esse grande santo da Igreja nos ajude a proclamar, a cada dia, que o sepulcro de Cristo continua vazio, porque Ele não está aqui, ressuscitou como havia dito.

Padre Bantu Mendonça K. Sayla

Pai das Misericórdias

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