15 Jun 2018

É na brisa leve que nos encontramos com Deus

É um verdadeiro combate espiritual, é um combate mental e psicológico para encontrar, de fato, a brisa, a suavidade de Deus em nós

“Passado o terremoto, veio um fogo. Mas o Senhor não estava no fogo. E depois do fogo ouviu-se um murmúrio de uma leve brisa” (1Rs 19,12).

Elias está na montanha sagrada para se encontrar com o Senhor. Como nós precisamos nos encontrar com o Senhor, apenas precisamos saber onde Deus passa, onde Ele está e onde Ele permanece na vida e no coração de cada um de nós. O Senhor não estava naquele vento impetuoso, naquele vento forte, naquela ventania.

Na nossa vida existem muitos ventos, aquilo que vai e que vem, provocando agitações por onde passa. O nosso coração, muitas vezes, está tomado pelas agitações da vida, e Deus não se encontra em um coração agitado nem numa vida agitada. Do mesmo modo, depois do vento há um terremoto, onde as coisas se abalam. O terremoto é aquilo que provoca grandes desastres e abalos.

O terremoto é símbolo do desespero. Às vezes, achamos que vamos encontrar Deus quanto mais desesperados nós ficarmos. Acontece uma coisa pequena e a pessoa transforma aquilo num grande desespero, numa grande calamidade. Não é ignorando que existe calamidade e situações, realmente, desastrosas, mas mesmo assim isso não implica que o coração tem que se entregar ao desespero.

Quando nos desesperamos, perdemos a estabilidade da esperança e da confiança que temos no Senhor. Passado o que foi o terremoto, vem o fogo, símbolo das paixões, as quais são tantas, e muitas delas violentíssimas! Elas vêm e arrasam nossa alma e nosso coração. O fogo das paixões mundanas, dos sentimentos à flor da pele, o fogo pelas paixões das coisas do mundo. Essas paixões nos consomem por dentro.

A paixão é como um fogo aceso que vai incendiando por onde passa, por isso o Senhor não está nas ventanias da vida, Ele não está nas tempestades, nas calamidades, nos desesperos da vida nem nas paixões. Quando passou uma brisa leve, foi ali que se ouviu o murmúrio da presença divina. Precisamos aprender a acalmar o coração, equilibrar a alma e encontrar a serenidade dentro de nós.

As coisas estão muito agitadas e violentas dentro de nós, podemos até parecer pessoas calmas e tranquilas, mas dentro de nós está aquela agitação, aquela bagunça. Acalme as tempestades, os terremotos, os desesperos, combata o fogo das paixões e busque a serenidade, o silêncio da alma e a sobriedade de espírito. É ali que nos encontramos com o Senhor.

É um verdadeiro combate espiritual, mental e psicológico para encontrar, de fato, a brisa, a suavidade de Deus em nós. Muitas vezes, até as nossas celebrações são agitadas. Enquanto não encontramos a profundidade do silêncio, Deus não perfaz, não entra com profundidade em nossa alma e em nosso coração.

É na brisa leve, suave e serena que Deus se encontra conosco, e nós nos encontramos com o Senhor.

Deus abençoe você!

Pai das Misericórdias

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