05 Apr 2010

Deus ressuscitou Jesus*

Durante a Oitava da Páscoa, a Igreja continua a celebrar a Ressurreição de Jesus, que inaugura a cinquentena pascal, o “grande domingo” continuado, como disse Santo Atanásio. A Ressurreição de Cristo não foi somente um momento da história, mas o seu ponto mais alto e a explicação de toda a história humana e da vida e morte do homem.

As aparições de Cristo ressuscitado centrarão o Evangelho de cada dia; e o incipiente caminhar da primeira comunidade cristã refletir-se-á nas primeiras leituras que contêm o primeiro anúncio dos apóstolos.

O Evangelho de hoje contém dois episódios relacionados com a ressurreição do Senhor. O primeiro é a aparição de Jesus a Maria Madalena e a Maria de Tiago, que foram visitar o sepulcro. Ali ouviram o anúncio do anjo: “Jesus, o crucificado, não está aqui: ressuscitou, como havia dito. Ide depressa dizê-los aos seus discípulos”. É então quando lhe sai o próprio Jesus ao encontro e lhes diz: ‘Alegrai-vos, não tenhais medo: ide comunicar aos meus irmãos que vão para a Galiléia; ali me verão’.

A segunda parte do Evangelho fala do “invento” sobre o sepulcro vazio de Jesus. Os sumos sacerdotes e os anciãos compram o silêncio e a mentira dos guardas do sepulcro, únicas testemunhas diretas da Ressurreição: “Dizei que os seus discípulos foram de noite e roubaram o corpo enquanto vós dormíeis”. E esta história foi-se difundindo entre os judeus até hoje. Desta resenha sobre a fábula do sepulcro vazio, exclusiva de Mateus, se deduz o clima conflituoso entre a velha sinagoga e a jovem Igreja. Mas os discípulos de Jesus encarregaram-se de dizer a verdade, como vemos na primeira leitura, tirada do livro dos Atos dos Apóstolos,  fonte da primeira leitura diária durante todo o tempo pascal. A leitura de hoje contém o primeiro kerigma ou discurso missionário de São Pedro, que é uma proclamação pública e um testemunho pessoal de Cristo ressuscitado: “Deus ressuscitou Jesus e nós somos testemunhas”.

Continuar este testemunho apostólico da Ressurreição de Cristo é o encargo da Igreja e dos cristãos de todos os tempos. Não podemos procurar entre os mortos Aquele que vive. A Ressurreição de Jesus, mistério central da nossa fé e dado certo e real, embora não verificável pelos métodos das ciências, é o acontecimento salvador que nos enche de júbilo e em que, baseados na fé apostólica da Igreja, temos de acreditar, proclamar e testemunhar mediante a nossa vida de ressuscitados com Cristo.

Testemunhar a Ressurreição de Jesus é afirmar, em primeiro lugar, que a sua situação pessoal mudou por completo, porque Deus Pai pôs a Sua assinatura e rubrica em tudo o que Cristo disse e fez, cujo caminho era o do próprio Pai. Mas há algo mais: a Ressurreição de Cristo não se limita a Ele só, pois, de fato, inaugura uma nova era e um mundo novo, em que não é a morte que tem a última palavra, mas a vida sem fronteiras para todo o homem e mulher que acreditam no Filho ressuscitado de Deus.

Hoje, nasce o homem novo, a nova humanidade redimida com todo o esplendor com que saiu no princípio das mãos do Seu Criador. Quando confessamos Cristo ressuscitado, não dizemos simplesmente que a Sua tumba ficou vazia, mas que vive para nos dar vida. Por tudo isso, anunciamos a Sua morte, proclamamos a Sua Ressurreição. Vem, Senhor Jesus!

Padre Pacheco

Comunidade Canção Nova

*Cf. B, CABALLERO. A Palavra de cada dia. p. 177-178. Paulus: 2000.

Pai das Misericórdias

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