17 Apr 2010

Corresponsabilidade na Igreja*

A imagem ideal da primeira comunidade cristã de Jerusalém, traçada pelo autor dos Atos, apresenta hoje a sua primeira crise, como se deduz na primeira leitura. Nos sumários sobre a vida comunitária que precedem o episódio de hoje, diz-se que os crentes viviam todos unidos e pensavam e sentiam o mesmo, tinham tudo em comum e nenhum deles passava necessidades. Descrição idealizada que é o melhor testemunho no interior de uma comunidade: o amor fraterno, possível graças à força do Espírito de Jesus ressuscitado.

Contudo, hoje, fala-nos de um problema que assombra tanta bonança e vem colocar o contraponto do realismo. É o caso dos cristãos da comunidade de Jerusalém, que embora todos fossem judeus de raça, eram diferentes na língua e cultura. Uns eram judeus palestinos e outros eram judeus provenientes da diáspora e falavam grego, a língua comum do Império Romano no Médio Oriente. Pois bem, estes últimos expressam em voz alta uma queixa: as suas viúvas são discriminadas ao não serem atendidas devidamente na distribuição diária aos pobres.

Então os apóstolos propõem à comunidade, com agrado desta, que escolha sete homens exemplares para que assumam o cargo da administração, ficando assim eles livres para a oração e para o serviço da Palavra. Os sete eleitos têm nome grego. Apresentados aos doze, estes impõe-lhes as mãos orando. Surgiu assim um novo ministério eclesial, que mais tarde se identificou com o diaconato; se bem que os diáconos não se limitassem à administração, pois Estevão e Felipe aparecem ocupados também na evangelização.

Precisamos entender, definitivamente, que a Igreja é este corpo místico, na qual cada batizado é membro vivo deste corpo, cuja cabeça é o próprio Cristo; a alma que anima este corpo é o Espírito Santo. Devido àquilo que somos, por chamado de Deus, ou seja, Igreja, uma autoridade nos foi dada por Cristo; esta autoridade, na Igreja, chama-se serviço. Só é Igreja, só é membro da comunidade cristã, só faz uma experiência com o Ressuscitado, aquele que toma a decisão de viver o seu batismo; só aquele que é capaz de, decididamente, servir no amor aos irmãos, a começar pelos mais pobres e necessitados.

Padre Pacheco

Comunidade Canção Nova

*Cf. B, CABALLERO. A Palavra de cada dia. p. 199-200. Paulus: 2000.

Pai das Misericórdias

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