15 Mar 2010

Um novo céu e uma nova terra*

O Senhor encherá de alegria o Seu povo e todo o pranto desaparecerá de Jerusalém. Será isso uma profecia proveniente da boca do profeta Isaías a realizar-se em Jesus Cristo? O fato é que o seu oráculo começou a fazer-se realidade em Cristo, graças ao seu poder sobre a doença e a morte. Assim o faz ver o Evangelho de hoje, narrado por São João, cuja leitura continuará até o final da Quaresma. A súplica de fé que um funcionário real de Cafarnaum faz ao Senhor pedindo-Lhe a cura para o seu filho, gravemente doente, arranca o milagre de uma cura a distância pelo poder de Cristo, que se encontra em Caná da Galileia.

O contato com Cristo é fonte de vida e nova criação, que perdura e não passa como o mundo que nos rodeia. Ele pode renovar-nos a cada dia, ainda que o corpo se vá arruinando. Com os Seus milagres, como os de hoje, que eram os sinais do Reino, Jesus demonstrou Seu poder não só sobre a doença, mas também sobre a morte, o inimigo número um e sempre vitorioso sobre a vida do homem. Porque Cristo ressuscitou dentre os mortos, o pecado e a morte não possuem mais a última palavra, mas a vida e a salvação de Deus para o homem que O aceita pela fé e pelo Batismo.

Cristo entregou a vida pela causa do homem e o que deseja é tornar-nos participantes da Sua vitória definitiva sobre a morte, isto é, da Sua própria ressurreição que nos franqueia as portas da felicidade sem limites.

O pai da criança doente, ao acorrer suplicante a Jesus, admite humildemente que a situação se lhe escapa das mãos; mas somente depois de realizada a cura chega a ser um “crente”. A súplica de petição a Deus é um reconhecimento humilde da nossa dependência d’Ele; mas tal oração não deve esgotar a nossa relação com Deus.

O mais habitual em nós é nos esquecermos de Deus quando as coisas vão bem e nos lembrarmos d’Ele quando o mal bate à porta da nossa vida. Contudo, o Todo-poderoso é mais que um “tapa-buracos” e mais que um supermédico. Ele é o centro da nossa vida e, por isso mesmo, merece  também nossa oração de louvor e adoração.

Um bom cristão não pensa no Senhor só quando necessita d’Ele. Uma pessoa que ama outra cultiva o pormenor do carinho desinteressadamente, como o marido que oferece flores à  esposa apenas para lhe dizer que a ama e lembrar-lhe que pensou nela. Assim também a nossa atitude para com Deus deve ser o mais desinteressada possível e com o maior nível de gratuidade ao nosso alcance.

Padre Pacheco

Comunidade Canção Nova

*Cf. B, CABALLERO. A Palavra de cada dia. p. 139-140. Paulus: 2000.

Pai das Misericórdias

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