13 Mar 2012

Perdoar é uma decisão. Então, decida-se!

O Evangelho de hoje nos faz refletir muito sobre um aspecto da nossa vida que está bastante presente no nosso dia a dia: o perdão.

Várias vezes por dia, e para diversas pessoas, sentimos a necessidade de pedir perdão. Isto acontece, principalmente, quando nossas atitudes magoam quem amamos ou quando vemos nos rostos destas mesmas pessoas a tristeza que causamos a elas. Esse pedido de perdão nem sempre é tão simples, principalmente se temos o orgulho latente em nós e não queremos reconhecer nosso erro. Quando as pessoas magoadas não são as que amamos, esta atitude de humildade torna-se ainda mais difícil. Mas, apesar de tudo, saiba que perdoar é uma decisão. Ora, veja:

“Então,  Pedro, aproximando-se dele, disse: ‘Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete?’ Jesus lhe disse: ‘Não te digo que até sete, mas, até setenta vezes sete'” (Mateus 18,21-22).

As pessoas dizem que é difícil perdoar. No entanto, creio que esta afirmação surja, porque muita gente não sabe, ao certo, o que é perdão.

Neste ensinamento de Jesus, aprendemos que devemos perdoar “setenta vezes sete”. Mas, então, o que é o perdão? Ele não é um sentimento, não é “esquecer-se de tudo”, não é ter uma “amnésia”!

Há pessoas que se recusaram a perdoar aos outros e acabaram doentes ou paralisadas, sem que nada funcione na sua vida. Você sabia que a falta do perdão pode causar doenças terríveis em nós? Muitas doenças estão relacionadas a ela. Você tem de perdoar sua esposa, seu marido, o seu vizinho, seu colega, seu patrão… Seja quem for, se não, é você quem vai ficar mal na vida, pois, se não perdoarmos os pecados uns dos outros, também Deus não perdoará os nossos.

A razão de algumas pessoas sofrerem de artrite, úlceras no estômago e até esgotamentos cerebrais, noites sem dormir, etc., é porque elas se recusam a perdoar. E, porque não perdoam, Deus também não lhes pode perdoar. Por conseguinte, sofrem as maldições que o diabo lhes impõem.

Em Mateus 18,33-35, Jesus disse que se nós não perdoarmos, de coração, ao irmão pelas ofensas cometidas, Deus também não perdoará as nossas ofensas e até nos deixará nas mãos dos atormentadores que são demônios. Deus perdoou as nossas maiores ofensas e nos deu a salvação. Nós não temos o direito de não perdoar aos outros.

Veja este exemplo: você pode ter de acordar cedo para ir trabalhar, mas isso não lhe apetecer. No entanto, você sabe que tem de ir, por isso levanta da cama; não porque deseja, mas porque é uma obrigação. Quando tiver de perdoar alguém, faça-o, quer sinta vontade ou não.

Diga a Deus: “Meu Senhor, eu perdoo àquela pessoa que me magoou e, a partir de agora, não guardo nada no meu coração contra ela”. Mesmo que, no dia seguinte, você se sinta ainda magoado, o que interessa é a sua decisão feita na véspera. A pessoa está perdoada e o seu coração está limpo. Se a outra pessoa não quiser perdoá-lo, o problema é dela, já não é mais seu.

Vimos, no Evangelho de hoje [Mateus 18,21-35], que certo empregado devia muito dinheiro ao rei, mas, quando chegou a hora do acerto de contas, o rei teve misericórdia e perdoou toda a dívida daquele empregado. Quando este homem saiu da presença do rei, foi ter com outro homem que lhe devia uma pequena quantia; como este não podia lhe pagar, lançou-o na prisão. Quando o rei soube disso, entregou seu empregado aos carrascos, confiscou todos os seus bens e todos seus familiares foram vendidos como escravos até que pagasse toda a dívida.

Se alguém o ofender, perdoe-lhe nesse mesmo instante. Não deixe passar um dia sem perdoar. Por quê? Porque estará dando lugar ao diabo que virá até você com pensamentos errados sobre aquela pessoa. E, à medida que o tempo passar, o rancor começará a brotar do seu coração e a sua comunhão com Deus ficará cortada.

Quando Jesus ensinou que devemos perdoar “setenta vezes sete”, estava dizendo que – se for necessário – devemos perdoar 490 vezes por dia, isto é, perdoar sempre, sem esmorecer, porque é assim que Deus faz também.

Portanto, trate de tomar uma decisão. É preciso perdoar hoje, aqui e agora. Decida-se!

Padre Bantu Mendonça

Pai das Misericórdias

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